Mogi das Cruzes, setembro, 2010


A Igreja do Senhor, enquanto aqui no mundo, sempre enfrentará desafios, sejam esses de natureza espiritual, sejam de natureza material ou terrena, hoje está posto o cristianismo virtual.  Tal desafio, em parte, advém da nova realidade  criada pelo progresso tão necessário da tecnologia. E com ela o novo conceito de distância – virtual – impôs à Igreja local uma revisão de seus métodos de ação. Pois o que garantira pelos séculos certa harmonia doutrinária, o espaço geográfico, foi alterado completamente. 
Essa realidade de então possibilitava a seletividade da fonte doutrinária, o que conferia à igreja a autoridade necessária para proclamar todos os desígnios do Senhor sob sua ótica denominacional mediante textos sagrados e consagrados. 
O surgimento de tendências doutrinárias divergentes era tratado com a firmeza necessária para impedir as heresias e manter a igreja pura. 
Era incomum a fusão doutrinária, o ecumenismo era apenas uma intenção papista que rondava o arraial dos santos.




Sabíamos que o Premilenismo em meio Reformado era heresia, bem como, o Amilenismo junto aos Batistas. Assim caminhou a Igreja, com bastante clareza doutrinária. 
Afirmo que isso, por si só, não era o selo da verdade, mas tal realidade colocava arreios contra a babel doutrinária, trazendo as Escrituras para centro de toda discussão a respeito de Deus, minimizando as influências das trevas.
Os crentes, de forma geral, sabiam explicar a razão de sua esperança. Isso possibilitava o ensino, a disciplina, a orientação, a identificação dos desvios. Os erros eram isolados e a capacidade crítica tinha mais qualidade, a transigência era pecado. Desta feita, havia pouquíssima contaminação pelos ventos doutrinários, que sempre bateram contra a Igreja do Senhor. Havia uma relação de fidelidade doutrinária entre os membros e suas igrejas – denominações.


As Escrituras eram o juiz para toda questão, por elas identificam-se as novidades sopradas pelos psicologismos, filosofismos,  humanismos – pensadores livres, todos  profetas ecumênicos.
Com o advento do mundo virtual – a rede, a TV, e outras mídias – essa realidade fragilizou-se de forma irreversível. 
A proximidade que o mundo virtual possibilita não veio em defesa do Santo, das Escrituras. Quebraram-se os vínculos doutrinários entre os membros e as Igrejas; entre as Igrejas e suas denominações. A autonomia virou regra, a sabedoria humana logrou sucesso e passou a ser guia da verdade.  Com ela veio a danosa tendência da “teologia self-service”, onde cada um, em sua disposição pessoal, recolhe, ou não, fragmentos das Escrituras, junta com opiniões dos quatro ventos e pronto: apresenta “seu conceito” doutrinário e espalha-o por todo o mundo. 
A nova mente virtual assume que quanto mais tradicional os conceitos, mas escusos parecem, mais dignos de ser escorchados serão. A tendência de quebra de paradigmas tomou conta da mente evangélica, podemos perceber que estamos em meio à insurgência teológica – doutrinária. Criando um novo e livre cristianismo.
É possível encontrar presbiterianos que são arminianistas, wesleyanos calvinistas, batistas amilenistas, aniquilacionistas que se dizem crentes, salvação sem evangelho, sem Cristo, sem sangue etc.
Adicionando a isso surgiram homens-igrejas. Hereges que em si mesmos são a doutrina, a devoção, referência a verdade. Esses trouxeram novas filosofias de trabalho, novas metas religiosas, criaram “os propósitos” para completa confusão do corpo de Cristo. Dentre eles, Caio Fábio, Malafaia, Edir Macedo, RR Soares, Rodovalho, Santiago e uma legião de doutrinadores, cujo ponto comum é a má ou nenhuma formação teológica. Além de promoverem o engano em larga escala, influenciam e quebram os conceitos e práticas das pequenas denominações.
Os membros das denominações tradicionais ficam hoje divididos entre os “radicais” e os “renovados”, estes voltados para o mundo e aqueles, pequena minoria, lutando pela fé que foi entregue aos santos. É profético, os renovados tomarão – se é que não já tomaram –  conta da Igreja – A Apostasia.
As doutrinas bíblicas foram substituídas pelo pragmatismo social, e conseqüente ânsia pelo poder, que transformará a Igreja em um mero agente social para entretenimento e lazer, com suporte político partidário. 
O ecumenismo romanista travestido de modelo cristão, é a proposta evangélica. Tenho lido elogios a padres, exaltação a hereges, posts de ímpios em meio ao arraial.
As igrejas locais estão sem referência para combater esse novo desafio. Muitas reagirão sob a mesma batuta e se renovarão, e algumas, as poucas que têm lutado para manter a doutrina, definharão do ponto de vista humano.  O catolicismo sem imagens seguirá vitorioso por meio desta geração ambiciosa e permissiva, conforme está determinado.
O que o Senhor tem a dizer aos seus santos?

não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. (Is 41:10)

A ele honra e louvor e glória para todo o sempre.

2 comentários em “O que o Senhor tem a nos dizer?

  1. Oi Paulo, vi que comentas-te rápido meu texto.. mas ainda o estava editando… acabei publicando em vez de salvar enquanto escrevia…Mas valeu pelo comentário…Gostei muito deste seu último texto… posso publicá-lo essa semana no meu blog?

    Curtir

Deixar mensagem para Paulo Brasil Cancelar resposta