Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. (Mt 11:28)


Vivemos um tempo em que algumas virtudes passaram a ser defeitos, e que o sentido inverso também se tornou realidade, a insensatez e a soberba são brindadas como se méritos fossem… é a vida que encontramos mundo afora.


A ênfase nos resultados a qualquer custo transformou a vida cotidiana em um naufrágio, em que a tábua da salvação está sempre a um palmo de distância. Nada do que se tem promove paz, abranda os clamores da alma. 

Tudo que se propõe permanente, estável é rejeitado pela aflição coletiva.

O presente é abandonado, pela próxima atração, que sempre está por vir. A volatilidade estabeleceu seu senhorio, fazendo com que o presente seja  descartado.

Esse frenesi aniquilou o passado, a verdade está escondida sob o manto do “tempo depois”: não há mais verdades permanentes.

A mentira tornou-se estratégia, criando a “a vida sem compromissos”. A ética pulando de galho em galho, é dirigida pelo prazer, pela vanglória.

A sabedoria deixou a nobreza, abandonou a virtude e agora se assenta na roda da desonestidade. Enquanto isso, a infidelidade caiu no gosto geral, e passou a ser usufruto da vida.

É a vida mundo afora com seus valores. O império da aflição imprime suas marcas e todas as coisas não cabem no tempo presente. Aumenta a pressão, aumenta a angústia, aumenta o auto-engano. 

Um estranho ciclo em que o presente é pouco e o amanhã é apenas uma proposta de fuga. O futuro tornou-se uma semântica coletiva, não mais se aplica ao indivíduo.

A despeito de tudo, o homem segue nessa vida, soberbo e insensato, acreditando-se senhor de seu próprio destino.

Pobre homem e sua pobre vida.

A aflição e insegurança enganam as mentes, nenhuma esperança há, resta-lhe apenas a morte.

Não sentido, não há descanso, nem propósitos, apenas a espera do nada. 

O Senhor dará uma nova vida e um novo sentido.


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