
O Salmo 101 traz Davi e vários os votos – um compromisso voluntário e unilateral, falado ou não, diante de Deus. Sim, muitos votos, são feitos no oculto de nossas almas, sempre que a gratidão, e não a obrigação, nos leva aos pés do Senhor.
Este salmo registra os votos de alguém que se dispôs a viver de modo a agradar e engrandecer a Deus. De certo, quem é Deus e seus benefícios moldam sua percepção, portanto, este conhecimento, de quem é Deus e dos seus benefícios, conduzem seu coração e determinam seus desejos.
Devemos atentar para os valores que construiriam seu compromisso de vida diante de Deus: o lugar da alegria, da gratidão, da esperança, pois tais coisas determinam suas escolhas.
Inicia com um cântico, celebra com gratidão a misericórdia e o juízo de Deus. E se há cântico para louvar ao Senhor, seus votos são motivos de alegria. E é assim, que devemos ler todo o salmo.
No versículo 2 vemos a esperança em Davi, a espera do Senhor: “Quando virás a mim?” Sim, não podemos perder que a esperança de encontrar o Senhor nutre seu cântico e fortalece sua disposição.
Em seguida aprendemos que devemos começar os votos ao Senhor: em nossa casa. A liberdade de estar a sós com o Senhor. Um compromisso da intimidade, como em oração, em que o silêncio nos permite conhecermos o nosso coração. Como ensina o Senhor, em secreto Deus nos ouve, e lá que podemos oferecer nossos votos.
A partir do verso 3, seus votos são registrados em 2 grupos: O QUE NÃO FAZER e O QUE FAZER. Em ambos os grupos há o compromisso de agradar a Deus, são confissões de uma alma que espera e reconhece o que o Senhor já lhe fizera. Apenas assim, há solidez, caso contrário são apenas palavras religiosas, como que falando ao vento.
Nos versos 3 e 6, lemos: “meus olhos”. Davi não fala apenas de ver ou não ver, mas sim, de perceber e compreender o mundo, e pelo conhecimento do Senhor, fazer escolhas, evitando más companhias. Davi, em seu discernimento, atenta para aqueles que se desviam. Afirma que não se deixará influenciar por aquelas condutas, pelas más obras, sobre ele não terão poder. Votar ao Senhor exige perceber as más condutas e delas nada copiar. São os votos do “NÃO FAZER”.
No verso 4, a percepção de Davi chega ao interior das pessoas (note que não mais fala de obras, mas de índole, do caráter). Não se chegará ao homem mau. Sua percepção evita aqueles de coração. E no verso 5 ele inclui quem são: (com quem não teria comunhão):
Aqueles que às escondidas difamam – mal intencionados, os destruidores. E aos soberbos e os pretensiosos – aqueles que sempre vivem em busca de reconhecimento e privilégios – prontos para serem servidos. E distante desse resgata o homem bem aventurado: “BEM-AVENTURADO o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes [tem] o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite”. Davi faz seus votos do “NÃO FAZER”.
“Meus olhos estarão sobre os fiéis”, em contraste inicia o verso 6, confessando a quem buscaria. Seu voto de ir aos crentes para comunhão, participar dessa intimidade. “Meus olhos estarão sobre os fiéis da Terra para que se assentem comigo, esse me servirá” assim afirma Davi. Sua percepção o leva a se comprometer com Deus, e sabe que junto aos santos caminhará com segurança.
Na mente de Davi, que já havia rejeitado a presença dos escarnecedores, há disposição para se ajuntar aos retos para com eles ter comunhão, e deles aprender a andar, pessoas pudessem influenciá-lo, instruí-lo no caminho da fidelidade. E como em aula, aprender com os santos do Senhor, a caminhar os caminhos do Senhor. São seus votos do “FAZER”.
No verso 7, de volta à sua intimidade (à sua casa) afirma: não terá comunhão com os mentirosos e os falsos. E estará atento a essas pessoas e para que não tenham sucesso diante dele.
Pela manhã, sabe que terá de combater o mal. Pela necessidade de urgência e continuidade aprendemos maturidade. Pois, serão permanentes os desafios para cumprir seus votos. A presença e o poder do mal estarão todas as manhãs diante de nós.
Até quando? Podemos perguntar, até o dia que o Senhor nos visitar, responderá Davi.
Nossos votos ocultos ou não evidenciam nossa gratidão, esperança do que o Senhor fez e fará por nós.