O “deus” das redes

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Tornou-se um padrão em nossos dias todos se sentirem à vontade para opinar. Opina-se sobre qualquer assunto com a mesma intensidade e frequência como se a realidade se submetesse à vontade do observador. De diagnóstico médico, aos furacões do outro lado do mundo, em tudo se opina.

Opinar passou assim, a ser uma forma de conquista, de inclusivismo, sem qualquer preocupação com conteúdo, é o meio de participar, ser parte de grupos e afirmar a própria identidade.

Historicamente a opinião foi conduzida a partir de uma verdade conhecida, mas devemos reconhecer que nessa geração a opinião ganhou liberdade.

Essa “liberdade” foi a confluência de dois eventos: (1) a liberdade em opinar que promovem as redes sociais e a (2) cultura do privilégio, esta concedeu a todos creditarem a si mesmos pessoas especiais. Isso, está posto como regra natural, em que essa geração se concedeu a sabedoria inata… e o conhecimento perdeu sua importância na vida.

É óbvio que a obviedade e a futilidade fizeram com que a vida rastejasse em busca de sentido. Os conteúdos foram substituídos pelas preferências pessoais, ou seja, a sabedoria inata passou a determinar o que é a verdade.

Aportou aqui, impondo-se ao cristianismo. Da mesma forma, a opinião pessoal tomou o lugar da verdade de Deus, acomodando a si mesma, fez uma cristianismo próprio das redes e para ela.

Livraram-se as Escrituras, da verdade, da cruz e do sangue do Senhor, por fim ungiu-se um “deus da rede” submisso à opinião de seus senhores. Este é cristianismo das redes que tem feito suas vítimas, e mais ainda fará.

No livro do Apocalipse (capítulo 6 verso 10), encontramos aqueles que clamam por justiça: até quando ó soberano, Santo e verdadeiro não julgas e vingas o sangue dos que habitam sobre a terra?

Devemos perguntar: Até quando Senhor? …E por duas vezes o Senhor diz: cedo venho!

Onde encontrar o amor?

Ademais, eu vos mostrarei um caminho sobremodo excelente. (1 Co 12:31)
Este texto antecede a maior exposição a respeito do amor produzida entre os homens: “um caminho sobremodo excelente”. Sim, o Apóstolo Paulo conduz ao leitor a percorrer um caminho em direção ao amor. 
Pois, ao percorrer meu próprio entendimento não encontrarei as respostas: O amor, como sabê-lo?  Como vivê-lo?
O cuidado com tais respostas separam os sábios dos tolos. O próprio coração ou o intelecto humano não tem permitido conclusões. E partiu sem orientação à procura de algo que expresse ou acalme suas aflições. E precisamos reconhecer sendo o amor a questão fundamental da vida é preciso encontrá-lo.
A razão tem decretado que as “coisas estabelecidas” até então são destituídas de utilidade. O anseio do “novo” impele a todos desconectarem-se da história, do pensamento. 
O amor está associado a essa disposição: abolir ao “pensar antigo”, e essa dinâmica perdeu-se a oportunidade do amor – como se o amor contemporâneo fosse! 

Mesmo que perigoso – e falacioso, apoiando-se apenas na “tendência”, na pena dos poetas e nas reflexões dos inquiridores do presente século o homem quer “reinventar o amor”.
Devemos esquadrinhar o amor, esculpi-lo em sua verdadeira dimensão e natureza. E pelo fato dele não estar em nós, precisamos buscá-lo fora de nossos corações, de nossa sabedoria. É necessário percebê-lo em sua correta dimensão. Chegarmos ao seu princípio, sua origem.

As profundezas do Velho Testamento, o Senhor e registrou:

“Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí”. (Jr 31. 3).

Lemos que a manifestação do amor foi feita pelo próprio Deus… e o diz eterno. 

Afirma-se, assim, que o amor é anterior à existência do tempo, do homem, da própria morte, de tudo quanto conhecemos. Simples em concluir o amor não tem origem no coração humano. Sim! De fato o amor não é produto das experiências naturais do coração do humano. [E isso está de acordo com a reflexão e experiências humanas]. 

Se evolucionistas, devemos reconhecer que “estrutura” que nos criou está fora da dimensão conhecida. E cada um como equipamento biológico – “produto ‘evolutivo” de milhares de anos – depara-se com um mistério para achar lugar para o pensamento, tampouco para o amor. Triste a conclusão: não há o amor no mundo real… sem esperança e sem amor segue “o primata de nossos dias” – rumando nem sei para onde!
Caso o homem seja uma criação de Deus, e de fato o é, seus pensamentos e sentimentos foram criados originalmente pelo Criador. Logo, é imperativo resgatar os detalhes fundamentais do amor a partir dEle, não de nós mesmos. Abandonemos os poetas e inquiridores com suas divagações e aflições. 

Voltemo-nos para as Escrituras e nela – e somente nela – aprendamos o amor. Pois, lá, e somente lá conheceremos a Deus e saberemos o que é o amor. Sem Quem jamais saberemos o amor, muito menos sentido para vida. 

Cristianismo (des) Virtual

Há um cristianismo particular na web – O cristianismo virtual. Acessá-lo, conhecê-lo, permite-nos identificar algumas de suas características, e por elas perceber seus ensinos e advertências.

É preciso entender que sua origem, em grande monta, surgiu sem regras ou disciplinas de conteúdo, cuja autoria dependeu e depende exclusivamente da disposição pessoal de nele estar.

Isto me tem levado a considerar meu relacionamento e contribuição para esse cristianismo. E mais, saber qual a verdadeira natureza e motivação que alimentam esse universo tão complexo e dinâmico. É possível observar que há textos com fundamento e propósito cristãos, mesmo que sejam em minoria. Não são esses que me levam a consideração aqui postada.

A primeira questão envolvida é: que modelo devo adotar ao avaliar esse mundo?

Preciso percebê-lo, já que cristão se propõe, como unidade. Essa percepção é necessária, pois, resguarda o ideal divino, formarmos um só corpo. Não poderei sob qualquer pretexto afastar-me desta perspectiva.

“Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”. (Jo 17.20-21)

e mais
“Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.” (João 10:16 ).
Assim, é mister afirmarmos que a unidade é real e conduzida por um Pastor real, e esta regra simples tem orientado a igreja ao longo dos séculos. 


Percebe-se que o cristianismo virtual NÃO preserva esta característica. É um corpo auto-determinado. 


A segunda questão envolvida é: que sabemos sobre Unidade na história do cristianismo pré-virtual? Que matiz de unidade podemos retirar do cristianismo recente?

Convém ressaltar que as diferenças sempre estiveram presentes nessa unidade, e as igrejas locais manifestavam a expressão maior dessa solidez.

Como resultado prático, podíamos perceber a existência de um corpo doutrinário sólido e escriturístico conduzindo a vida local. E que para qualquer desvio, havia mestres que pela Palavra formulavam o ajuste necessário, reconduzindo o santo às veredas da sã doutrina.

Sabíamos como pensavam Presbiterianos, Batistas, Wesleyanos e outras linhas dos cristãos históricos. Havia um corpo de doutrina organizada representando cada grupo; discordância e respeito estavam aliados a causa de Deus. Por outro lado, unânimes refutávamos as doutrinas satânicas dos católicos romanos, espíritas, testemunhas de Jeová, os sabatistas e demais seitas; as novidades pentecostais; e o mercantilismo neo-pentecostal. Não ousávamos a comunhão por meio de truques litúrgicos, assim, marchávamos sendo Jesus o Senhor, para Sua honra e glória.
“Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo”; (Cl 2:8)
Havia discernimento e sensatez, e mais, entendíamos o Separatismo, e mais entediamos o Fundamentalismo. As Escrituras formavam um guia sensato para condução da vida pessoal e local (1 Co 15.11-13).

Não havia sujeição às misturas entre o profano e o sagrado; rejeitávamos o envolvimento de organizações cristãs à política partidária, temíamos dar qualquer vantagem a satanás, pois sabíamos de seu propósito. Havia convicção que a institucionalização das questões políticas, esportivas e de lazer ficara fora dos propósitos deixados por Cristo para sua Igreja. (Rm 12.2).

Fundamentalmente a Unidade tinha face, tinha identidade, ouvíamos: “e tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus”. (At 4.13). Podíamos levantar os estandartes e com gritos de vitória, pela terra proclamar o Evangelho da Graça de Nosso Senhor, apenas pela graça.


Não encontramos a face desse cristianismo, os valores, a unidade é apenas uma retórica. O que formamos realmente?

Assim, podemos tomar, por contraste, o que hoje temos por cristianismo, o virtual:

• Leiamos os perfis dos autores, quantos adjetivos pessoais, mesmo a gratidão sugere exaltação pessoal; “esquecemos que somos apenas pecadores remidos”.

• NÃO há acentuada tentativa de projeção pessoal? – condenamo-nos naquilo que acusamos os tele-pastores.

• A busca por seguidores NÃO é maior que o esmero com a palavra, com a exultação do Senhor?

• Confessamos ser contrária às Escrituras a existência de pastoras e, ao mesmo tempo, nos associamos e compartilhamos do mesmo ambiente virtual com elas. NÃO seria hipocrisia?

• A linguagem adotada por muitos em NADA se diferencia do linguajar mundano. Que honra há nisso?

• Fala-se dos políticos sem citar uma só base bíblica. NÃO são os mesmo métodos por eles utilizados? E pior, argumenta-se que a motivação é pela CAUSA. (?)

• Pede-se e apoia-se alguém apenas por ser evangélico? E sua vida?

• O amor virtual não permite refutar as heresias. Em nome do amor é vilipendiado  o sangue de Cristo. Ainda chamamos a isso de amor?

O que vemos – e compartilhamos – são apenas amostras daquilo que povoa a mente e os ideais do povo que se diz cristão, que a palavra chama de apostasia.

Temo que, enredados pelos nossos próprios ventres, estejamos perdendo os verdadeiros ideais cristãos e pasteurizando as doutrinas do Senhor. Estamos subindo a Canaã com um misto de gente em nosso derredor, e esquecemos:
“Todavia, falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” (1 Co 2.6-8)
Este é o texto para minha meditação pessoal – permitam-me aplicá-lo no singular:
“Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu e, entretanto, não sabeis discernir esta época?” (Lc 12:56)
Ao Senhor toda honra, louvor e glória

Fiquemos de pé.

ENTÃO falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; (MT 23.1-3)

Muitos têm empreendido esforços para entender as causas que levaram o Cristianismo, em geral, ser substituído pelo evangelicalismo. É preciso reconhecer que fomos – e somos – responsáveis. Por outro lado, este mesmo quadro, aponta diretamente para mim: derrotado. E devo reconhecer, mesmo que vencedor em Cristo. Perdemos para os falsários, para os mentirosos, entregamos toda a riqueza do mundo. A Palavra e a história não me deixam esquecer, sei, do sangue derramado. Só o Senhor restabelecerá a dignidade do Seu Nome.

Mas mantendo a guarda, preciso olhar para a Palavra e para o mundo, entender o que houve e o que há. O desafio é saber se posso fazê-lo com simplicidade. Ouso que sim. À conclusão surgirão contrários acalorados, o que a fortalecerá ainda mais.


A negligência aos conselhos eternos do Senhor conduzirá a complexidade, erros, ou mesmo inconclusão. Buscá-la, olhando para o alto, trará refrigério, livrando do incômodo da indecisão.
Quais os elementos no contexto de nosso enfrentamento? O espírito secular que influencia a todos, a dinâmica das regras (uma nova compreensão dos textos sagrados para cada momento) e o misto de gente frente às representações religiosas (humanismo religioso). Um ambiente aonde, por retroalimentação entre estes, há bastante energia, garantindo-lhe crescimento e poder. Este é o ponto de partida.
O desdobramento inevitável produzido por este cenário é fragilidade teológica de nossa geração. A mensagem oferecida destituída de fundamentos bíblicos sedimentou-se ao longo das décadas formando um imbricado teológico de impossível sistematização, mas perceptível prejuízo ao Reino.
Outro desdobramento vem da obra missionária. Mudou-se sua natureza, abandonaram o Cristo. Na nova visão de missões, leva-se para além fronteira uma marca comercial e um punhado de truques pastorais. Diferente da mensagem de salvação, a rigor, inaugura-se mais um ponto de coleta. Assim, destina-se, preferencialmente, a atender os bolsões dos necessitados… os ricos.
Reconheço a devastação que a má teologia unida ao esforço comercial das novas missões causaram ao cristianismo, contudo, é na vida devocional dos crentes que vejo a derrota da Igreja do Senhor.
E neste âmbito chama minha atenção dois aspectos. O primeiro é o problema do método. O Relativismo hermenêutico, que trouxe a base para distorção dos textos e sua aplicação para o alcance de metas terrenas, sem abordagem espiritual. Isto será objeto de outra postagem, se Deus permitir.
O outro aspecto, este, muito mais grave, envolve o homem interior: a disposição mental dos santos, a qual não pode ser dissecada para análise acadêmica, pois reside no profundo da alma humana, assim, de interesse vital. Ela afeta a auto-avaliação, sugerindo o estágio de santificação pensado: a meninice indesejável ou maturidade inabalável. O desvio nesta área traz conseqüências práticas danosas no relacionamento do servo com Seu Senhor. (Rm 12.3)
O que muitas vezes traduz maturidade é apenas o prazer da leitura, mas pouca obediência à Palavra. (Tg 1.22) E tal maturidade, real ou não, permite-nos a liberdade. A liberdade de filmes imorais em nossos lares, para depois passarmos uma manhã “em comunhão” com o Senhor. Prévias dominicais movidas pelo requinte secular para, em púlpitos soberanos, exortamos irmãos “desajustados”. As horas no entendimento dos arranjos da política partidária, mantendo a mente e a Palavra fechadanos. Usando da liberdade que há em Cristo para fazer valer a carne. (Gl 5.13) Maturidade presa aos instintos deste mundo? O Senhor diz: “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.” (Tiago 3 : 15)
Além das Escrituras, há abundância de textos produzidos pelos santos, que aparentam ter estado no céu, dada a clareza e verdade expostas. Pessoas – estas sim, ungidas por Deus – a fornecer às nossas mentes “porretes” espirituais para inculcar roteiros maravilhosos rumo à glória futura.
Mas tais manás são ótimos… para serem aplicados ao “outro”. Esse “outro” que nunca está em meu coração, que precisa implodir minha mente sábia para construir a simplicidade de Cristo. Esse “outro” sempre lê por sobre meus ombros; diferente de mim, sempre o vejo necessitado de todos os conselhos celestes. E sempre fora de mim, afirmo que o “outro” não sou eu.
Contrário aos santos, os falsários não têm a Palavra, muitos nem o Espírito. Perdemos para eles,
porque antes perdemos para nossos próprios corações. Sofre a Igreja do Senhor pela maturidade fragilizada de uma vida devocional não vivida.
Lemos e falamos e não praticamos, continuamos sentados na cadeira de Moisés.

Ao Senhor honra, glória e louvor de eternidade a eternidade.

Quem és tu Senhor?

OS céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.

Após dias cooperando com um pastor amigo na cidade de Jutaí. Chegou a hora de voltar para casa. De barco, teria a frente três dias descendo o rio – os rios, pois seriam vários. Tempo suficiente para conhecer cidades ribeirinhas, os povos etc. Acomodado em uma rede, o fraco vento, mesmo quente, trazia algum refrigério. No porão, madeiras, tambores, caixas e mais caixas e um fusca. Além de algumas redes armadas. Maior calor ainda, e muito barulho. Soube que ali era mais em conta.

Partimos percorrendo os rios que descem em meio as matas. Depois de muitas horas, ao longe, surgia um porto, e lá parávamos. Logo desciam e subiam pessoas, surgiam  vendedores, de picolé até corda para amarrar as redes. Logo depois, voltávamos a navegar e soava o barulho das águas sendo cortadas pela embarcação. 

Havia turistas estrangeiros, índios, comerciantes, aventureiros e outros. E entre esses, alguns se diferenciavam por trazerem consigo uma Bíblia. Isto, depois de salvo, sempre me despertou atenção. As conversas eram inevitáveis, nem todos falavam, mas sempre ouviam.
À noite, contemplava o céu, estava escrito: ”Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites?”. Quanta bondade, quanto amor por um miserável. Só o Senhor é Deus.


Um jovem me viu lendo, identificou-se como missionário, aproximou-se para conversar. Contou-me que vinha de uma cidade acima – antes – de Jutaí. E o que havia realizado lá em nome de Deus. Antes de entrar nos detalhes de sua obra, elogiei-lhe o destemor de sair de Manaus para um lugar tão distante. Mais surpreso fiquei ao ouvir que “estava pela fé”. Dediquei-lhe maior atenção ainda. Falou-me de como havia libertado muitas pessoas das garras de satanás; como saía de casa em casa ministrando palavras de poder, tudo em nome do Senhor. Sua estada naquela cidade fora uma bênção, segundo ele.
A cada relato, ele ficava mais forte em suas convicções e de sua importância para o reino. Passou para outros assuntos, ele acreditava em perda de salvação, em desviados, em crentes possessos. Por fim, em seus dons, falou da não necessidade do estudo da Palavra.
Passei-lhe a pedir base bíblica para seu fervor. Retornava com versículos inapropriados, faltava-lhe compreensão básica do cristianismo bíblico. Mesmo assim, mantinha-se firme em sua fé. Ao mencionar a respeito do poder de Deus para salvar quem Ele desejar, ele riu para mim e perguntou: Quer dizer que o homem não pode resistir a Deus? Aquiesci que não. Respondeu-me: Não creio assim. Li o texto de Atos que é utilizado, equivocadamente, na defesa desta posição. Expliquei-lhe, mas não arredou de sua posição.

Como última tentativa, mostrei-lhe II Pedro 2 : 11, onde descreve a superioridade de anjos sobre os humanos. Por fim, aceitou. Prossegui, se o homem sendo menor que satanás pode resistir a Deus, satanás, por sua vez, poderá resisti-Lo muito mais. E concluí: Estaria destruída toda a obra da salvação, todas as promessas, interrompida a vitória da cruz, no sangue do Senhor não há poder algum. Olhou para mim e, um pouco confuso, um pouco irritado, falou: Eu prego o que acredito.
Em sua experiência religiosa, ele expulsando satanás e resistindo a Deus, sobrava-lhe senhorio. Aquele Deus que lhe apresentara não cabia em sua fé, desestabilizava-a, portanto deveria ser rejeitado. Não mais retornou, continuou firme na sua fé.
Quando chegava à noite, sob estrelas, no céu estava escrito: Meu Deus é o Senhor.
Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. (Sl 19.3)
A Ele honra, glória e louvor de eternidade a aternidade.
 

A horrenda proposta da apostasia

“Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (Hebreus 10 : 31)

O Cristianismo Bíblico, sempre existiu por haver um relacionamento real com Deus. O Deus pessoal, Triuno, eterno, criador de todas as coisas comunicou-Se com suas criaturas, revelando-Se, isto é a base de toda fé cristã. A Palavra do Senhor, e somente ela,  regulamenta este relacionamento

Esta realidade, por ser demasiadamente divina, foi abandonada. Submeteu-se aos retoques e ajustes das mãos aflitas e mentes ambiciosas do homem moderno. Para tanto, proclamaram a inexistência do Senhor, assumindo o controle sobre a vida e a morte; e o Cristiansimo deixou as Escrituras, adaptou-se às regras do mercado, passou a ser mais uma religião.
Lançaram fora suas entranhas, recriaram seus princípios, sua etimologia e natureza. Iniciando uma trilha descendente e sem retorno. Pobres apóstatas, pobre humanidade.
Adaptada ao homem secular, que sem questionar seu real significado e propósito, se apropriou dela chamando-a de Cristianismo. Com um cenário favorável, essa transgressão conceitual e prática passou a ser a verdade. O absurdo que vemos aí, é para o mundo o Cristianismo. E presenciamos o impensável, católicos, evangélicos, espíritas, testemunhas de jeová, adventistas do sétimo dia, neo-pentecostais, unicistas, mórmons e muitos outros são cristãos.
O Cristianismo perdeu sua razão e identidade, e o que vemos hoje é um movimento humanista  refém dos princípios e postulados da Psicologia, Marketing, Sociologia e outras disciplinas sociais.
Sem os valores espirituais e regras, as opiniões se confundem, a verdade é uma questão de convicção pessoal. O “eu creio” é o suporte para toda a verdade. Os sentimentos e anseios compõem a fonte para todo enunciado cristão.
Seu misticismo passou a ser um passe de mágica, um clamor ao desconhecido. Tudo é envolto em sombras, o absurdo é sempre autorizado. Em religião tudo é possível, dizem. Assim, esse cristianismo, em sua nova cosmovisão, estabelece que Deus é apenas a introspecção  circunstancial do indivíduo. Deus é o imaginário de cada indivíduo, o panteísmo dá o ar de sua graça na apostasia cristã. O conjunto de forças do apóstata é deus – um deus ninguém, e sua auto-determinação chamou-a de fé. 
Sedimentadas tais verdades, com Deus subjugado, a adoração é dirigida para o deus interior de cada celebrante. O cristianismo apóstata, mais uma vez atende ao mercado, e é também entretenimento, lazer. Circunscrita aos ideais humanos, a verdade, que outrora engrandecia ao Senhor, ficou reduzida a mantras do absurdo para prazer e conquistas das criaturas.
Sem Deus, sem Cristo, não há cruz, não há sangue e o homem livre aprofundou sua escravidão da morte.  Os resultados estão por toda parte: o pragmatismo roubou a esperança e a vida perdeu seu valor. Resta apenas a morte por escolha.   Esta é a proposta.
Pobres apóstatas, pobre humanidade.

“Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder, se apressam a chegar.” (Deuteronômio 32 : 35)

Bendito seja nosso Deus.

A Ele honra, glória e louvor de eternidade a eternidade.

Sim, nós podemos (Yes, we can)

Com a extinção do absoluto, o homem do agora criou uma um mundo sem tempo, sem verdade, sem valores. Os anseios e projeções humanos estabeleceram uma realidade incompátivel com as coisas perceptíveis, com meramente tangível, mas é quem determina a dinâmica da existência.

A observação humana tornou-se serva da subjetividade, o absurdo passou a ser a vara de medir todas as coisas. Yes, we can passou a ser o mantra da autonomia conquistada.

A auto-ajuda, falsamente, legitimou a insanidade. Assim, os sentimentos transcenderam os limites da natureza e da razão, criou-se a fé própria para o tempo presente. Uma força interior moldada pela angústia, livre da necessidade real de um agente externo, livre de Deus.

Os complexos problemas próprios da vida: esperança, eternidade, morte vida etc. ficaram para trás, a nova fé tudo reviu. As questões existenciais deram vez ao pragmatismo que faz do aqui e agora o centro da vida humana. Tudo foi resolvido, e melhor, livre da escravidão da moral, da ética e da caduca religião.

Uma nova natureza religiosa se assentou nas cátedras, vociferou dos púlpitos e ganhou as ruas. Nada poderá detê-la. A apostasia está ante nossos olhos

Combatamo-la de nossos púlpitos, nas ruas, entre os amigos, junto aos inimigos… mas antes de mais nada, vivamos uma vida digna do Evangelho.
Sim, nós podemos… no Senhor, e somente Nele.

“PORTANTO, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.” (Romanos 2 : 1)

Ao nosso Deus honra, glória e louvor de eternidade a eternidade.

Estou na Apostasia?

Qualquer leitor atento da Escrituras reconhece nela a definição textual de um grupo chamado de  santos, discípulos, cristãos, crentes – não há referência ao termo evangélico – que é identificado como Igreja do Senhor.

Esse grupo é a Igreja do Senhor, foi chamado da parte de Deus para cumprir um propósito por ELE estabelecido (Rm 8.28). Para tanto, foi-lhes entregue INSTRUÇÕES, dada autoridade e provida capacitação necessária.
Como Igreja e igreja são entidades indistintas – pelo homem – presenciamos mundanização daquilo que deveria ser a igreja cristã. É necessário afirmar que as escrituras antecipam tal degeneração. Impressiona-me a abundância de textos alertando a respeito destes dias.
Resgataram das trevas a paganização acresceram-lhe o humanismo como doutrina e tomaram acento no trono da igreja de nossos dias. E a partir desse engano, passaram a ser a igreja que o mundo conhece, a verdade que o mundo ouve. É a apostasia em nosso meio… e não mais sairá.


O mandamento “sai do meio dela povo meu” deveria ser proclamado a cada momento, em cada esquina, nos púlpitos, em todos os lugares. O restante que identifica tal mazela espiritual tem a responsabilidade de denunciar e não cooperar com esses “que dizendo-se irmãos” promovem escândalos. 

O grande desafio é, de forma muito simples e prática, oferecer valores e critérios que permitam aos leitores avaliar o cristianismo apóstata. Este post é uma tentativa. 


Tomando o propósito da Igreja 1. ADORAÇÃO; 2. EDIFICAÇÃO; E 3.EVANGELIZAÇÃO, segue um guia para avaliação pessoal.

1. ADORAÇÃO

Apesar do esquecimento por parte de uns e a negligência de outros, a adoração é o propósito maior da igreja. A adoração é o serviço que por nós será prestado para sempre, que passará além do Arrebatamento.
[…] instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. (Cl 3:16).

Segundo o texto adoração é ininterrupta são todos os atos dos santos. Há, porém a adoração em formais. Que geralmente é feita por meio de músicas.

SE O QUE VOCÊ TEM OUVIDO NAS MÚSICAS. (Adoração)..

LETRA.

Não tem fundamento em textos bíblicos;
E quando há textos, foi-lhe dado sentido completamente diferente.

RITMO.

Dá vontade de dançar – só ou acompanhado – ou mesmo se balançar.

VOCÊ participa da APOSTASIA

2. EDIFICAÇÃO

A palavra de Deus diz que somos filhos por adoção, e em várias partes nos concita a vivermos de “modo digno do Evangelho. As instruções que fazem com os filhos se aperfeiçoem na direção do Filho, buscando a perfeita maturidade, é um compromisso da Igreja com seus membros. A busca da perfeita varonilidade.
[…] Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, […]cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, (Ef 4:12-15)

SE O QUE VOCÊ TEM OUVIDO NAS PREGAÇÕES…

Tem lhe deixado mais interessado nas vantagens do mundo, nos prazeres;
Tem lhe permitido relacionar-se – até namorar – livremente com não crentes;
Tem lhe garantido sucesso, dinheiro, saúde, curas, sinais e milagres;
Tem lhe incentivado a participar de política partidária, marcha para Cristo, show gospel, carnaval gospel;
Tem prazer nas pregações de Malafaia, Valnice, Terranova, Rodovalho, Hernandes; Valadão etc.;
Não tem lhe apontado suas falhas e pecados;
Não tem lhe dado vontade de ler as Escrituras;
Não tem lhe dado convicção de que estão errados os pastores da prosperidade, das curas, dos óleos santos, das unções, do G12, as pastoras

VOCÊ participar da APOSTASIA

3. EVANGELIZAÇÃO

O evangelho foi deixado por Deus para Igreja Cristã. Sua proclamação deve ser o seu vínculo com o mundo, e por ele, Deus chama a todos que estão distantes.
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; (Mateus 28:19 )

SE O QUE VOCÊ FAZ NA EVANGELIZAÇÃO…

Convite para conhecerem o pastor de sua Igreja;
Convite para conhecerem na sua Igreja;
Oferece os meios para obter sucesso, saúde;
Encontrar os irmãos, apenas;
Se você acredita em salvos no Catolicismo romano, nos adventistas do sétimo dia, no Testemunha de Jeová e demais seitas.

Não apresenta textos da Palavra, mas sim, o repertório dos milagres, sucessos financeiros, curas, ressurreições, correntes etc.

VOCÊ participa da APOSTASIA

É impossível ter chegado até este ponto da leitura sem ter avaliado sua vida cristã. Se VOCÊ participa da APOSTASIA, leia a Escritura, peça misericórdia do Senhor. Pois somente Ele é rico em misericórdia.
Ou não, continue achando que o que você vive é que é o cristianismo vivo, e que o toda a História de Igreja cristã estava errada e apenas agora o homem encontrou com o verdadeiro Deus. 
O céu certamente lhe será um transtorno. 
 
A ELE toda honra, glória e louvor. De eternidade a eternidade.

Apostasia, graças a Deus – III

Apostasia, graças a Deus


Nesta parte descrevo como o sistema apóstata abriu os flancos do Cristianismo e perpetrou sua engenhosa desmontagem das verdades bíblicas.

Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade; (Cl 2.8,9)


A formação dos mercadores 
Lemos anteriormente que a rejeição do método de interpretação bíblica deu início à formação de todo o sistema apóstata. Com isso, operou-se um grande benefício em favor do segmento acadêmico da apostasia. O tempo para formação de pastores e professores – multiplicadores – passou a ser determinado pelo período de conhecimento dos caminhos, sempre tortuosos, do aumento da receita da igreja – e da sua própria. A astúcia comercial substituiu a espiritualidade e esforço acadêmico.

Luta franca contra o Cristianismo
A meditação necessária na análise dos textos sagrados foi superada pela interpretação secular. Pastores e professores apóstatas debruçaram-se sobre as Escrituras, alimentados pelos rudimentos do mundo – psicologia, sociologia, filosofia etc. – extrairam significados nunca antes “percebidos”. Dos suntuosos púlpitos aos corredores, uníssonos proclamavam a declaração de rompimento com o Cristianismo Bíblico: doutrina é coisa de homem; eleição é heresia; fé não se discute; ninguém pode julgar; apenas o Espírito (?) confere a verdade. Assim, foram apresentadas suas armas para luta. Luta, sim, contra a fé que, de uma vez por todas, foi entregue aos santos. Consumou-se o cenário, que iniciado no seio do cristianismo, apoderou-se dele, para, por fim, substituí-lo completamente. Começava asim a história de outro cristianismo.

Rejeição aos Santos
Novo Testamento
A partir da introdução de novos conceitos de interpretação – ou mesmo pela ausência deles – o sistema apóstata aprofundou seu distanciamento do Cristianismo bíblico. Rejeitou a perspectiva dos escritores neotestamentários, estabeleceu sua nova visão. Apedrejou os eleitos de Deus; homens que viveram e aprenderam do próprio Mestre. Revelação, Inspiração, Preservação, Iluminação, santas doutrinas que ensinam a profundidade e poder de Deus em levar sua vontade até os confins da terra foram lançadas aos cães.

A Palavra que atravessou séculos alimentando milhões de santos perdeu sua suficiência, sendo necessário ser completada por escritos de homens. A verdade revelada pelo Filho passou a receber adições, ora do espírito – da apostasia -, ora da constante atualização das doutrinas humanistas. As crendices e superstições alcançaram lugar de projeção em meio às novas verdades.

O Cordeiro de Deus perdeu sua suficiência, saindo um Cristo transfigurado para atender aos anseios do homem moderno. Com sua túnica – sem costuras –, ensinando os caminhos da saúde, poder e prosperidade.

Reconceituado o Novo Testamento, com as adições necessárias, mais uma vez surgiram antigas sendas do catolicismo romano, e a autoridade das Escrituras passou para mãos dos homens.

“AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” (I João 4:1).



Rejeição aos Santos
Velho Testamento
O testemunho dos escritores neotestamentários – em maioria judia – a respeito do Velho Testamento é o maior legado literário para compreensão da história do povo hebreu. Conhecedores e praticantes da Lei, sob a orientação do Espírito Santo, esses escritores entenderem que a sua história se desenrolara dentro do programa de Deus, fora envolvida em grande simbologia.


Todos os fatos descritos pelos santos profetas, na verdade, projetavam para uma realidade consumada em Cristo. O templo, o sacerdócio, os sacrifícios, as festas foram símbolos cujo significado real foi revelado em Cristo. Sob esta visão, os escritores sagrados recorriam às passagens da Antiga Aliança permitindo aos leitores de todas as épocas, a compreensão correta dos eventos ali registrados. Construíram um arcabouço de valores e significados judaicos inquestionáveis para a Igreja Cristã de todas as épocas. De tal sorte, que santos de todas as eras se apropriaram da importância e do uso harmônico de ambos Testamentos. Como um escriba instruído que tira coisas novas e velhas do infinito tesouro. Sabendo estabelecer a distinção entre as duas instituições divinas, Israel e Igreja no programa de Deus.


Não há uma única linha nos escritos do Novo Testamento que sugira que a Igreja será abençoada com as promessas que foram feitas para Israel. Esta verdade comprometia a sustentação apóstata. Santidade sem barganhas financeiras estava em completo desacordo com a proclamação e a mente do sistema. Apenas heréticos e visionários postulavam que a Igreja receberia a terra e as promessas de Israel.  E foi este o caminho adotado.


A voracidade pastoral necessitava de argumentos mais próximos e adequados aos novos propósitos da igreja. A questão é de negócio – pragmática -, não teológica. Assim, foi necessário adotar um sistema de verdades que apoiasse um discurso voltado para enriquecimento, prestígio e poder. Desta feita foi abandonada a visão de Deus registrada pelos seus santos profetas e apóstolos.

Roubando Israel
Dotados de uma nova visão. O próximo passo foi descobrir um modelo bíblico que se ajustasse aos propósitos seculares da igreja. Pouco esforço precisou ser feito para lograrem êxito. As promessas de Deus para as conquistas de Israel deveriam ser usurpadas e colocadas no coração da igreja. Israel com suas promessas não consumadas seria redimido por meio da igreja. A despeito da violência acadêmica envolvida, esta falácia criou corpo e passou a ser a base de todo sucesso alcançado.

A nação de Israel, objeto das promessas de Deus, foi trazida para dentro dos templos. As promessas que lhe pertenciam, passaram a ser da igreja. Repetia-se a velha ladainha católica com a figura do papa como vigário, substituto de Deus neste mundo. A versão apóstata recuperou os elementos católicos e, além de seu enriquecimento, estendeu aos demais. A igreja – com todos seus representantes- era a voz do Senhor para todos os homens. 

Ser Israel com suas promessas passou a ser razão de ser da vida apóstata. Tomar posse da terra movimenta vida da apostasia missionária. Tomar posse da terra alimenta a carnavalesca Marcha para Jesus ou Brasil para Jesus.

“Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.” (João 17:9)


Coerente com seus anseios de enriquecimento e projeção pessoal, a ordem apóstata colocou-se acima de todos esses fatos, e, em êxtase, se apropriou de todas as promessas terrenas de Israel. Repetiram o Concílio de Trento, reabriram o Cânon e se apropriaram do nome de Israel. Sem história, sem escritos, o escriba da aspostasia subscreveu “OUTRA ESCRITURA”, fonte de águas por onde navega a nau da imoralidade dogmática que caracteriza o sistema apóstata.


Nos seus discursos – quase nacionalistas – exaltam a nação de Israel, mas roubaram-lhe as promessas de Deus. Proclamam uma nação que não existe, Israel sem promessas.  Ao usurparem as promessas de Israel, extinguiram-na, violaram a encarnação do Senhor, sua nação, seus irmãos, sua humanidade, por fim sua obra redentora.


Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas; Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém. (Rm 9.4,5)

E TAMBÉM houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. (2 Pe 2.1,2)

Senhor em tua infinita bondade livra-nos dos homens maus e dá-nos discernimento e entrepidez. 

A Ele honra, louvor e glória de eternidade a eternidade.

Apostasia, Graças a Deus – II

Apostasia, Graças a Deus


Vimos anteriormente que os ares do humanismo foram gradualmente substituindo os princípios bíblicos. Iniciava, assim, a fundação que daria suporte ao novo modelo doutrinário do cristianismo. Verdades, até então, pilares da fé cristã estavam prestes a serem implodidas. As novas bases doutrinárias emergem das disciplinas sociais: A Psicologia, Markenting, Sociologia, Filosofia etc. Um cenário adequado para resgatar erros teológicos do passado, transformando-os em doutrinas desse novo momento da religião cristã. Uma série interminável de mudanças é imposta ao Cristianismo bíblico que jamais voltará ao seu leito original: As Escrituras.

A mudança do método
A Hermenêutica Bíblica, técnica estabelecida para obter o verdadeiro propósito dos escritos sagrados, foi considerada vilã, responsável pelos entraves provocados por Deus, e lançada em completo abandono. De verdade escrita a Palavra de Deus passa a ser pretexto, usada para toda sorte de propósito relligioso. Tornou-se inevitável uma série de outras violações, a corrupção passa a ser a marca desse novo tempo de apostasia.
Nesse ambiente, perderam-se por completo as referências históricas e culturais da verdade bíblica. Os veículos de comunicação de massa passam a ser os promotores e defensores da verdade; a verdade é estabelecida pela quantidade de repetições. “Assim diz o Senhor” é expurgado da mente do cristão moderno. A liberdade apóstata passa a ser o padrão para se chegar à verdade.

“E viu o HOMEM tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom”.


A mudança de espírito
O Espírito Santo ganhou preeminência submeteu-se a novos interesses, a novos senhores. Multiplicaram-se os plantões de manifestações espirituais, cada uma delas com autoridade celeste. Sem normas para aferição da verdade, a autoridade das Escrituras é apropriada pelo homem, é saqueada pela dinâmica dos “interesses da igreja”. Literalmente, cai dos céus por sobre a terra.
Contrariando aos ensinos de Cristo, a apostasia, com seu espírito, passou a falar por si mesma.


“… O Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará” (João 16 : 13,14)



A profusão doutrinária passa a ser incontrolável: prosperidade, dentes de ouro, línguas estranhas, curas, milagres, sinais, encontros. A santidade sempre evidenciada como marca cristã – que exalta a Deus -, é substituída por popularidade, opulência, corporativismo, atividade política – a exaltação das criaturas. Há um novo espírito orientando a apostasia.



A mudança da natureza humana
A sã doutrina bíblica afirma que o homem é incapaz de compreender verdades espirituais sem ajuda externa. Isto sem dúvida, para a mente apóstata, representava uma barreira a ser transposta. Recordemos a Carta de I Coríntios, em que Paulo afirma:
                          

Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (I Coríntios 2 : 14).

A incapacidade humana em entender e aceitar as verdades divinas é a proclamação que sobressai do texto. Não restam dúvidas que, de fato, havia um grande incômodo a ser superado, e buscar um substituto adequado para atender aos novos propósitos religiosos.

Já introduzido o suporte secular para o desenvolvimento das novas doutrinas e premidos em busca de um novo discurso, a modelagem do novo homem estava pronta. Desconstruíram o homem dando-lhe a liberdade desejada.
A promessa que o batismo católico sempre asseverou, como um passe de mágica foi estendida a todos, resgatando-os, e sem o pecado herdado; capazes de escolher a Deus, livres em suas escolhas espirituais. Apenas com uso da astúcia superou-se a “dificuldade bíblica”, proclamando-a como verdade divina. Estava aberto o caminho para autonomia humana, livrando-a, mesmo que artificialmente, da sua realidade intrínseca.

A mudança da fé
Como efeito dominó, tornou-se imperativo reconceituar as demais doutrinas: o pecado, a encarnação, a soberania, a salvação, a eleição, a adoção, mas sob a ótica dos interesses e adequando-as “à liberdade concedida”. 


A fé salvadora, logo, ganhou contornos meramente psicológicos. Deus é apenas seu consumador, a autoria pertence ao homem. Legitimou-se a realidade espiritual das lideranças, das multidões já instaladas no seio da “fé”, facilitando,ainda, as “conversões em massa”. Pastores, pastoras, apóstolos sem a experiência da Regeneração, passaram a falar de seus próprios interesses e sentimentos. As igejas são transformadas em centrais de negócios e a “vida espiritual” passa a ser regida pelas aberrações dos “desviados”, das “reconciliações”, da “perda de salvação”, a invenção mercadológica da “Igreja com propósito”.


“Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.” (I Coríntios 3:7)



A salvação é distribuída como propriedade ministerial, sem quotas, sem limites; sem exigências, pode ser descartada e depois tomada de volta. Não importam as advertências, sem qualquer referência bíblica, seguem enganando e sendo enganados.




“E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos.” (II Tessalonicenses 3 : 2)



A soberania de Deus não é bem vinda pelo cristianismo apóstata.


Com o novo conceito de fé, todo arsenal de crendices populares, superstições passam a ter correspondente na igreja. A umbanda, espiritismo e o catolicismo romano, todo e qualquer credo têm sua expressão de “fé” dentro do sistema apóstata. A oferta da fé aumentará sua abrangência, atingindo – e divertindo – maior público possível.


A violação do método permitiu ao sistema apóstata alcançar o inimaginável: romper com a história, com os escritos sagrados, mudar o propósito da Igreja e de Israel.


É o que veremos na Parte 3.

A Ele honra, glória e louvor de eternidade a eternidade.