A única forma para medir a felicidade!



Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. (1 Coríntios 15:19)


Há dois pensamentos que surgem do texto lido (que fala sobre a extensão da esperança cristã). Um deles é a avaliação do nível de mercantilização que chegou o Evangelho (esperança para aqui e agora). Jesus tem sido proposto para toda finalidade: anunciado como gerente de banco, coautor de corrupção, conselheiro sentimental, agenciador de casamentos e até ajudante de mochileiro. Mas este assunto já comentei em outros posts, e dele não tratarei aqui. 

Mas o segundo pensamento decorre da observação da infelicidade coletiva (a falsa esperança que “move” as pessoas) que passeia diante dos meus olhos. 


Como as pessoas são infelizes!

A falsa esperança serve de manto permeando a conduta humana, e vivendo assim muitos tem se aprofundado em suas frustrações aos placebos sócio-afetivos ganham destaque na cura da inquietação humana. Não é de se estranhar a frequência crescente que a frivolidade das frases de efeito (e vazias) fazem parte da filosofia (ou ideologia) de vida das pessoas que a autoajuda (que ilude a todos e não ajuda a ninguém) é sorvida em grandes goles pela multidão aturdida. 

Outros por sua vez, tem buscado a felicidade na fuga da natureza de seus corpos, sedentos pelo “prazer estranho” com seus iguais ou pela beleza fugidia e cirúrgica. 

Há ainda os que bebem, se drogam, adulteram, mentem, ou loucos pelo sucesso, pelo dinheiro (principalmente o fácil)… e cada vez mais crescem em suas aflições e conflitos.  Observada pela diversidade de paranoias que alicerçam o infeliz em seu dia a dia.  

O grande empreendimento humano está na busca de algo em si mesmo que seja capaz de oferecer um indicador (para mensuração) da felicidade: A inteligência foi posta, a capacidade de ganhar dinheiro, a dedicação aos pobres e desvalidos, a busca pelo prazer, a coragem, a habilidade e muitos outros. E como esperado todas apresentam dificuldades estruturais para se garantirem como a base instrumental para felicidade… e quando esses atributos são observadas ao longo do tempo mais e mais fracassam.

. A inteligência falha com a idade, o esquecimento traz a frustração, e a memória recuperada traz a lembrança que aflige o presente. 
. O dinheiro que um dia deu suporte ao falso poder, não compra a juventude, a saúde, e não o levaremos para eternidade.  
. A filantropia se frustra ao perceber que a saída da pobreza traz a vilania indesejada e a maldade escondida, que apenas espreitava pela oportunidade. 
. A coragem, bem a coragem treme de medo ao ser avizinhada pela morte.

Não haveria um único atributo humano eficaz para avaliar a felicidade? E que tal pensarmos na esperança como este indicador? 

Veja quais os motivos que a partir dela poderemos construir um indicador para felicidade: 

. Primeiro porque a esperança é o mais extenso dos sentimentos humanos. Obrigatoriamente sua extensão deve conduzir à eternidade, ela vence o tempo, o envelhecimento.   

. Segundo, a esperança exige humildade de quem espera e dependência do poder de quem a garante. A falácia da autonomia proclamada pelo homem leva ao conflito por reconhecermos nossa a dependência de TUDO, (que é uma característica da vida comunitária)… e o conflito afasta-nos da felicidade! 

. Terceiro, porque a esperança passa por um complexo crivo da razão humana. Ela não pode ter como base o devaneio, o livre pensamento. 

. Quarto, porque a esperança não depende do indivíduo, mas sim de quem se realizou a promessa.  

. Quinto, e mais importante, a esperança precisa ser mais forte que o poder da morte, senão não é esperança.

Nem o tempo, nem esforço pessoal, nem a morte e nem a insensatez podem afetar a esperança.  

Assim eu concluo, depender de alguém para conquistar aquilo que não se é capaz de conquistar traz descanso e serenidade, e por meio deles a felicidade… nada que o homem proponha tem o poder de fazê-lo feliz.

Consulte as Escrituras, conheça quem é Jesus e verifique o que lá está proposto, a paz oferecida e a esperança indestrutível. 

A liberdade para morte

Estando de pé,  um primeiro e comovente abraço em sua auxiliadora graciosa, lado a lado caminham, uma suave brisa recorta os caminhos e enrosca as robustas árvores, é o Jardim do Senhor.
Os pássaros revoam em coreografia oportuna, romantizam e colorem o céu, que de tão belo, parece compreender a oferta. Um sonido vindo de todas as criaturas forma uma monumental sinfonia exultando o Criador.
A graça e santidade preenchem o cenário, antecipam o descanso do Senhor. É manhã e eis que era muito bom.
Houve tarde e manhã, o sexto dia. Há paz, muita paz.
O alvorecer traz uma oferta de amor: “De tudo podes comer livremente. Não comas, porém da árvore do conhecimento do bem e do mal, caso o faças, morrerás”. É a liberdade proposta pelo Senhor… há paz, muita paz.
Quanto tempo resistiu esse cenário? Não sei, apenas sei que os dois, Adão e Eva estavam lá. Homem e mulher, nus, abençoados.
Povoar e dominar sobre toda terra, eis o propósito do Senhor para suas criaturas… tanto amor, quanta honraria dispensada aos nossos pais.  
Antes de sua primeira cria: a prova. O caráter de nosso pais  precisava ser avaliado.
Como a serpente teve acesso aquele ambiente santo? Não sei, apenas sei que estava lá.
A tragédia que alterou a história humana.
Quais os caminhos para tal infortúnio?
A possibilidade da morte viria? Seria real? Seu escândalo se transformaria na nossa maldita companhia de todas as horas. Perdeu-se a simplicidade, não há mais pureza nos pensamentos e sentimentos de Adão. A disposição para própria liberdade inicia o conflito com a liberdade oferecida pelo Senhor.
Iniciam-se os contornos da tragédia da independência humana. A morte se avizinha, Adão terá prazer nela, não resistirá, seu caráter o desqualificará para comunhão eterna com o Senhor.
Os dois frente a frente, a serpente e o homem – e todos nós estávamos nele. Adão sai em busca de liberdade, a sua própria. Isso o consome, arrebata sua mente, seus desejos, é o nosso pai em liberdade de escolha. Livremente sai, quedando-se à liberdade da morte, livre está de Deus. A escolha é feita, a morte funde-se à natureza humana. Homem e morte unidos, e o que Deus uniu não separará o homem.
Um silêncio profundo se abate sobre todo o jardim, calou-se a sinfonia, não há qualquer sopro da brisa,  nada se move, revoadas não há mais. Enredou-nos, a todos, em sua nefasta escolha, morremos em sua liberdade, morremos todos em Adão, todos nós estávamos lá.  Toda a natureza agora geme. A morte passou a todos. Não há paz, não há paz.

A liberdade que conheço é a liberdade para morte!
Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?