Voltarei para vós (Jo 14)

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NÃO se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vô-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.

Este texto se encontra no Evangelho de João, capítulo 14.

A este texto os mais estranhos significados são dados, muitos dão o sentido que desejam, e perdem suas palavras de esperança. Precisamos conhecer as circunstâncias que antecederam as palavras ditas do Senhor para chegarmos ao seu real significado.

Podemos iniciar no capítulo 12, quando Jesus reafirma o amor de Deus para conosco com sua própria voz vinda dos céus.

Logo após, no capítulo 13, surge o traidor, aquele que levaria o Senhor à morte. Sua reação em afirmar ser necessário assim acontecer a todos perturba. E o medo e a insegurança toma o coração de seus discípulos. Duvidam do Senhor, se seria mesmo aquele a quem esperavam. O Messias das Escrituras não poderia morrer… pensavam.

Esses acontecimentos fizeram com que os discípulos questionassem suas próprias vidas, questionassem a seguir o Senhor.

Não se trata de uma história religiosa, sabem que suas vidas foram transformadas pelo Senhor, mas agora, estão inseguros quanto às consequências, quanto ao futuro. São homens adultos e não crianças, pessoas sinceras que estão aflitas. Portanto, é em resposta às aflições dessas pessoas que o Senhor diz tais palavras.

Não se turbe o vosso coração… crede em Deus, crede em mim… eu vou vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.

Jesus lhes diz que se ausentaria, mas voltaria para buscá-los…  não os abandonaria, seria apenas uma breve separação, logo voltaria. Informa-lhes ainda, sobre o local eterno e perfeito, e que um dia todos com ele estariam.

São palavras para descanso, para fortalecimento da esperança. São promessas, que como uma bandeira, deveria ser alçada quando em aflições.

São palavras de seu cuidado, que se estendem por toda a vida, chegando à eternidade… chegando até àquele lugar. Estamos seguros.

O Senhor é nossa rocha. Sim, o nosso Deus não nos deixou órfãos, tem nos guardado em todos momentos, inclusive em nossas provações… e Ele virá nos buscar.

Acalmemos os nossos corações.

Esperança em meio a ameaça do Corona

 

“Quero trazer à memória aquilo que me dá esperança. Livro das Lamentações de Jeremias (3:21).

Experimentamos um momento novo na vida humana, um inimigo invisível que ameaça a todos. Incluindo ricos, ou pobres, sábios ou estultos, religiosos ou não. Apresenta-se como uma sentença sobre a natureza humana.
Desconsiderá-la, ou torná-la risível, resistindo aos números apresentados, as advertências anunciadas, é completa cegueira, aproxima-se da insanidade.
O que fazer? É a pergunta adequada.
As respostas apresentadas evidenciam nossa incapacidade, pois, nem a tecnologia, tampouco as estratégias conseguem fazer frente ao Corona vírus, trazendo-nos insegurança.
Entretanto o Senhor permitiu a homens experiencias de semelhante aflições, para que por elas pudéssemos aprender, e por fim, encontrar esperança.
É o que temos no livro das Lamentações de Jeremias, o registro de suas aflições. Lemos sua sensação de abandono por Deus (3.8), sem encontrar alternativas (3:9), perdendo a paz (3:17).
Mas, ainda que diante dessas adversidades, buscou ao Senhor em oração (3:19). Assim clamou: “Lembra-te da minha aflição, do meu pranto”. Pois, eram grandes demais, abatiam sua alma (3:20).
E, o profeta em sua meditação, encontrou a arma para reagir àquelas circunstâncias… está no texto posterior ao que iniciamos, no verso (3:22). Jeremias resgata em sua mente a promessa do Senhor, sabe que Deus renova suas misericórdias todos os dias. Podemos ler: “As misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã, e por isso não somos consumidos”.
Sim, a despeito das circunstâncias, era Deus quem mantinha sua vida. E sua esperança o fez perceber que mesmo sob ameaças e aflições, Deus sua única a garantia, sua única confiança. Jeremias conclui que a única resposta nos momentos de incerteza, nas nossas aflições, vem somente do Senhor.
Para que nossas mentes sejam confortadas pela esperança, é necessário saber que as misericórdias de Deus se renovam a cada dia… é o seu cuidado que nos mantém.
Portanto, amados irmãos, nossa convicção reside na certeza de que o Senhor nosso Deus está nos guardando, ainda que em meio às ameaças. Que o Senhor nos faça crescer em sua dependência.
A Ele honra eternamente… Amém.

Ressurreição – Pequenos detalhes

A Ressurreição conforme apresentada nas Escrituras, revela aspectos grandiosos. Se, por um lado, ela evidencia que Deus é o Senhor da história, Por outro, exige atenção, pois, envolverá a todos. É ela quem abrirá os portais da eternidade, encerrando a vida como a conhecemos.

Longe de ser uma novidade, essa expectativa se confunde com a história do homem. O livro de Jó, que registra um período de 2 mil anos antes da vinda do Senhor, já a contemplava. Em seu capítulo 19. 25, Jó afirma que veria Deus em outro corpo. Sim, Jó vivia a esperança de um dia estar com o Senhor… E em outro corpo.

Além de Jó, profetas a anunciaram. Jesus a confirmou. Temos relatos, em que multidões dela testemunharam. E o encontro do apóstolo Paulo com Jesus ressurreto, mudou para sempre sua vida. Passando a dedicar todos seus dias na proclamação da esperança da ressurreição.

As Escrituras conferem à ressurreição de Jesus igual historicidade dada ao decreto de César Augusto, à existência de Quirínio como governador da síria, o matança das crianças no reinado de Herodes. 

A despeito das evidências históricas, o homem a rejeita, negando-a por completo. O que, em nada diminui sua importância ou sua realidade.

Precisamos iniciar, discernindo sobre sua real natureza. Sabemos das muitas pessoas que voltaram a vida, depois de haverem morrido. Entre eles, Lázaro e o filho de uma viúva em Naim. São registros confiáveis do Velho e Novo Testamento. Contudo, nenhum destes trata de ressurreição. Apesar, de fato, haverem voltado da morte, o termo ressurreição não se aplica. Não por um detalhe teológico, ou capricho denominacional. O fato dessas pessoas voltarem a morrer, prova que não houve ressurreição.

A ressurreição é bem mais que voltar à vida. Jesus, não apenas voltou à vida, ele venceu a morte definitivamente. E ouçam isto… Jesus vive… E jamais morrerá. Sua vida que não tem fim. E seu corpo ressurreto é livre do poder da morte. É livre da ação do tempo. Nenhuma corrupção o atingirá. 

Sim, sua ressurreição revelou a existência de uma nova natureza corpórea. Até então desconhecida.

Paulo dedicou uma parte significativa de sua carta aos coríntios dando detalhes sobre a ressurreição. E o fez como sendo a fase final da semeadura. Uma grande colheita, a se estender por toda a terra. Ele nos faz lembrar que essa já foi iniciada, sendo Jesus seu primeiro feixe (capítulo 15:20). À semelhança de Jesus, a colheita também nos atingirá. Então, experimentaremos o poder da ressurreição, semelhantemente a Cristo. 

E mais sabemos sobre a ressurreição do nosso corpo. Está escrito:
E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou doutra qualquer semente. (capítulo 15:37).

Devemos observar a continuidade existente entre a semente, e a planta por ela produzida. Pois, o paralelo, ensina que o corpo que temos, como sementes, serão transformados, dando lugar a um novo corpo. E, sobre a natureza desse corpo, está escrito:
Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará na incorrupção. (capítulo 15:42).

O corpo corruptível, que hoje temos, será transformado em um corpo livre da corrupção. Todos teremos corpos eternos. Para horror ou para honra entraremos na eternidade. 

Assim, entenderemos o significado da vitória da cruz…  
Quando isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória. (capítulo 15:54)…

Então, Face a face com Senhor, o veremos. E para sempre com ele estaremos.

Aleluia Senhor!

A Esperança


e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós; (1 Pe 3:15)
É perceptível a pouca importância dada ao sentido das palavras. A própria linguagem, tão poderosa, está sendo reduzida, tornando-se incapaz de oferecer o real sentido aos objetos, aos sentimentos, ao mundo. E isso afeta profundamente a vida e tudo que ela representa, pois, a falência dos significados é a falência da própria vida. 

As pessoas cada vez menos desejam entender o que cada palavra propõe, e equivocadas em seus desejos, dão seu próprio significado a vida. O caos as espreita. 
Essa autonomia permitiu a perda do significado de verdades fundamentais da vida… o que faz com que ela, banalizada, lentamente, perca seu sentido. Vive-se sob uma realidade líquida e sem forma onde cabem todas as “verdades” – um “tempo de coisa nenhuma em direção ao nada”. (1 Co 1.20, 27)
O pensar passou a ser determinado pelo lazer de um lado e a aversão do outro, nada além disso. O agradável é aceito como verdadeiro, aquilo que questiona o prazer é rejeitado, tornando-se mentira. Nenhuma reflexão fora desta dinâmica orienta ou faz sentido. 

Os pensadores falam a respeito dela apenas por meio de divagações vazias e superficiais – apenas pão e circo. Com isso, perdem-se os significados: da beleza, do amor e, principalmente, da esperança – deixando-a longe da Esperança de “outrora”. (Gl 5.8)
A ideia de que não vale a pena pensar, não vale a pena rever os fundamentos da vida, destruiu a possibilidade de saber da Esperança. (1 Tm 6.17)

É oportuno resgatar seu significado, seus valores e propósitos pela importância da Esperança na vida. Desafiando àqueles que, em seu estado de prazer, precisam acolher a verdade da Esperança. (Rm 5.5)
O que é Esperança? 
A Esperança e sua importância prática  
Pode-se afirmar que a esperança é o guia da vida. Tudo que pensamos, fazemos, falamos e somos expressam-na, e por ela são determinados. Ela permeia todo nosso ser, queiramos ou não. 
A cosmovisão de cada um depende e reflete sua esperança. Quanto mais sólida a esperança, mais pacífica e ordeira a vida passa a ser. Toda a crise experimentada – crimes, adultério, corrupção, desordem, drogas, infelicidade – decorre, em grande parte, da relação do indivíduo com sua esperança – ou com a falta dela.Assim, ela determina o presente. (Rm 12.12)
A Esperança e sua relação com o futuro 
Ela, obrigatoriamente, está localizada em um ponto futuro e a ele nos une. A certeza de seu cumprimento é indiscutível, influencia o pensamento e garante a conduta. Ela é a certeza do futuro, logo não dependerá daquele que espera. Caso dependesse, não seria Esperança, mas, apenas espera – ocorrendo no tempo daquele que espera. A esperança depende de alguém fora e acima daquele que espera. Aquele que tem poder sobre todas as variáveis e até sobre o tempo, de forma que seja capaz de consumá-la. (Cl 1.15)
A Esperança e sua natureza
Aqui temos uma luta conceitual afim de diferenciar o que é Esperança e o que é conquista. 
A conquista depende do mérito, e a este premia – a dívida que o mérito exige. Não se pode relacionar esperança ao mérito pessoal, definitivamente isso não é esperança, isso é conquista. Nem tudo aquilo que esperamos é esperança. Se há mérito envolvido não é esperança, mas a justa espera da retribuição. 
Já, a Esperança não depende do mérito daquele que espera, ela decorre da bondade dAquele que a consumará. Não está premida pela dívida, mas sim pelo amor. (Gl 5.5)

A Esperança e o seu objeto
Este ponto contribui para esclarecer o anterior: a Esperança, obrigatoriamente, une-nos ao que é impossível a ser obtido pelo mérito. A Esperança sempre estará fora da capacidade de conquista do homem. Tudo aquilo que podemos fazer, obter ou construir não pertence à Esperança. O objeto da esperança é o impossível de ser conquistado (Cl 1.5,27). 
A Esperança deve ser concebida, primariamente, pela compreensão dAquele que prometeu (Rm 5.5) e de seu objeto “não esperável”. Assim, estamos falando do relacionamento com o “não esperável” – fora do universo de conquistas humanas (Tt 1.2).
A Esperança e seus valores
Resta-nos reconhecer que é necessário trazer “o não esperável” para dentro de nosso mundo, para nossa realidade. É necessário definir o arranjo conceitual e nele inseri-la.
Como conceito, é percebida pela fé, molda a conduta e exige o conhecimento de seu objeto e de seu autor. Contudo, depende apenas, para sua consumação, de seu Autor. (1 Tm 4.10; 6.17)
Sim, é preciso acreditar em tudo que se encontra nos “arredores da esperança”. Mas, a fé deve ser entendida dentro de sua real eficácia: um sinal interior que nutrirá o que espera com a certeza de sua consumação. Contudo, devemos afirmar que a fé não é a Esperança, nem a garantia de sua realização.
CONDUTA.
É um sinal exterior que a esperança exige. A disposição interior que é capaz de orientar as escolhas, que evidencia a certeza que a Esperança se consumará – “aquele glorioso dia”. Mas, o comportamento identifica a Esperança, mas não é a esperança, nem a garantia de sua consumação.
AUTOR.
Sim, é preciso que aquele que prometeu seja suficientemente poderoso para GARANTIR que todas as coisas relacionadas à esperança se consumarão. 
É necessário um real relacionamento entre aquele que espera e o autor da Esperança.
Saber de seu poder, seu amor e cuidado, pois só assim saberá de sua capacidade em cumprir todas as promessas – Esperança.
Como resultado haverá paz naquele que espera, pois, sabedor que nenhum mérito ou poder seu será exigido, mas apenas o poder dAquele que, em amor, prometeu, pois é fiel e não negará a Si. (Rm 15.3)
Sim, há uma única Esperança (Ef 4.4)- a eternidade com o Senhor, um único fundamento – Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. 
Bendito seja o Senhor Deus, Pai de nosso Deus e Salvador e seu Espírito que mantém viva nossa esperança. 
A Ele toda a honra e glória pelos séculos. 

Amém. 

Escatolgia vs. esperança presente

                                                       

A vinda de Cristo, o mundo futuro, a eternidade são temas que estão fora da agenda cristã. As propostas escatológicas causam desconforto à igreja rastejante, que prefere embrenhar-se nas questões sócio-políticas – sem esquecer as ambientais – a contemplar os céus. A exemplo do romanismo, seguem alvissareiros em seu fascínio, ribalta e seguidores sem se deixarem à voz do Senhor:
Como pois dizeis: Nós somos sábios, e a lei do Senhor está conosco? Mas eis que a falsa pena dos escribas a converteu em mentira. (Jr 8:8)
O homem está consolidando seu próprio conceito de Deus. Estabelece sua disposição acima de Deus e, não se submetendo aos Escritos, criou seu Deus, mesmo com temor, segue em sua liberdade religiosa.
Impondo seus conceitos, sua história, orientado por sua lógica e sabedoria, diz o que deve dizer o Senhor sobre o futuro do mundo, das coisas criadas, da eternidade.
A despeito da exortação de Pedro sobre a prontidão ao questionamento de nossa esperança, temos observado que a esperança da cruz tem sido subvertida pelos encantos e falácias do mundo. 
O episódio evangélico volta ao nosso tempo com mais importância e necessidade: “Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas”. Os afazeres seculares têm subtraído a atenção e fornecido a desorientação necessária para criação das alternativas doutrinárias para ajuste aos desajustes apresentados.
Na independência religiosa, na eloqüência das letras, o livro do Apocalipse transformou-se em apêndice doutrinário, peça suplementar, sem conexão com qualquer outro livro das Escrituras. Nem sequer há a proposta para verificação: 

  1. Quais as credencias desse livro? 
  2. Que mensagens, advertências, e principalmente o que ocorrerá conosco, com o mundo? 
  3. Ou será que o Espírito de Deus enganou-se ao referendá-lo como palavra do Senhor?

Os questionamentos por si só relevam a importância de seu conteúdo e doutrina. Senão leiamos a palavra do Senhor:

Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João; (Ap 1:1)
A origem da revelação é do Senhor (vv. 9,10,17,18);  o propósito é promover esperança e, por fim, os beneficiários são os crentes. Destituir o texto de sua pujança é destruir os pilares hermenêuticos em benefício da razão alterosa.  


O preterismo lançou toda a Revelação num canto escuro da história humana, subjazendo dela um enfadonho e indecifrável texto. 
E mais:
Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. (Ap 1:3)
O adjetivo escolhido por Deus para seus leitores é FELIZ, bem como, aos que ouvem e guardam seu conteúdo, FELIZ. Apenas a autonomia religiosa pode arremessar tal esperança aos sótãos empoeirados da liturgia acadêmica. 
Pouca ou nenhuma importância tem sido dada a este Livro. Para muitos, que insistem em “espiritualizá-lo”, golpeá-lo com “demasia simbólica”, esses gostariam de vê-lo fora do Canon. Talvez, por trazer advertências graves contra o secularismo e mundanismo que tomou acento e os púlpitos da igreja. 


Quão grande a pretensão humana considerá-lo coisa de somenos!

Sob a visão da Contemporaneidade das Igrejas entende-se, que Laodicéia é a predominância de nosso tempo. 
É oportuno verificarmos que Laos significa povo; e que Dikê, costume. Assim convivemos com a Igreja das doutrinas humanas, dos costumes populares. A romanização do mundo cristão da atualidade. Necessário é reafirmar 1.5 que fala: A FIEL TESTEMUNHA.

Renovo aos senhores da cátedra dominante que as credenciais do testemunho contém a autoridade daquele que “O Fiel Senhor de céus, terra, mar e ar”:
E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava montado nele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga a peleja com justiça. (Ap. 19.11).

E a respeito dessa igreja adverte: 

Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca. (Ap. 3.15-16).

A oscilação e vestidura  de características dos extremos é a marca predominante de nosso momento. O mesmo corpo que se apresenta com saúde doutrinária, leva, como marsupiais, o secularismo que o afasta do Senhor.

O refrigério para nossa geração não está em nossa sabedoria, mas sim, na longanimidade do Senhor que diz: “vomitar-te-ei”, assim tem adiado seu juízo para um tempo futuro.

Até lá ouçamos a voz do amor de Deus:
Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te. (Ap 3:19)
Sei poucos ouvirão, pois a multidão tem ouvidos e corações que já definiram a própria esperança. 

A vida por um espelho

Todos os dias um pássaro voa em direção à porta da nossa casa, pousando na maçaneta. E na porta fechada, logo percebe sua imagem refletida no vidro, e vorazmente inicia sua luta contra a própria imagem. Há desespero e urgência em combater esse reflexo – seu inimigo. Com visível determinação, não economiza esforços para expulsá-lo – ou subjulgá-lo – e reinar. Em seu mundo de aflição, seu inimigo não lhe oferece tréguas, sempre pronto para desafiá-lo, reage a qualquer movimento.

Por vezes, me aproximo, tentando abrir a porta para livrá-lo daquele torneio inútil. Mas antes de abri-la, voa para longe, refugiando-se na segurança dos arvoredos ao derredor. Sempre desafiante, recupera as forças para continuar o confronto.

Sou, para ele, o incompreensível que interrompe sua luta real. Estou impossibilitando-o de vencer seus temores, de efetivar sua conquista. Percebo-o incapaz  de entender sua realidade. Ao sair em seu socorro, transformo-me em mais um inimigo. E tão logo fecho a porta, ele novamente reinicia sua incansável – interminável – luta. Para ele não há alternativas, não há outro modo de viver.

Sua natureza subjulga sua razão.

Residimos nessa casa há anos, nossos voadores visitantes mudam. Muitos outros já estiveram sobre a mesma maçaneta, travaram a mesma luta – e todos perderam. Mais virão, repetindo essa mesma sina. Presos aos seus instintos – sua natureza, não podem fugir dela.

Sua luta pela sobrevivência o engana e conduz à morte.


É uma vida singular. Ele tem sua razão de viver, combater inimigo. Sem a frágil maçaneta perderia sentido a vida. 




Nada que eu faça permite-nos intergir. A diferença entre nossas naturezas é um imperativo intransponível. Somos incapazes de transformar tal realidade. Ele continuará perseguindo o objetivo de sua vida, até que o verdadeiro inimigo a ceife. Até lá, o verei muitas vezes, ele me verá outras tantas… e tudo permanecerá como está e sempre foi.

Em sua ilusão não há esperança… pobre pássaro.


Há um paralelo cruel entre esse pássaro e o homem. Este envolvido em sua realidade tem seus inimigos, com eles os temores. Arrancar das entranhas da alma a força para conquistar seus inimigos. São lutas intermináveis com o espelho, o mundo de seus pares. A apoiá-lo apenas a frágil maçaneta. Seu instinto subjuga-o completamente.


Diferente da mim, em relação ao pássaro, Deus tem poder para mudar a natureza do homem. Fazê-lo entender a realidade que o envolve e o destino cruel que o espera… ou continuar vivendo sobre uma frágil maçaneta.


Mas, em sua razão entorpecida, foge para um lugar – para ele – mais seguro. Consome-se em planos para as próximas investidas. Continuará lutando até um dia não mais voar para seu combate vão.






Como recuperar-lhe a razão?

Deus, por meio do Evangelho, faz com que o homem nasça de novo. Abre-lhes os olhos para que perceba inimigo real: sua índole, sua natureza. Ela que o engana, o consome, o faz repetir o mesmo ciclo de desesperança de todos os demais.




Importa-vos nascer de novo, diz o Senhor.




O novo nascimento, a mudança de índole, de natureza. Somente o poder de Deus é capaz de tão profunda transformação. Fornecer-lhe a esperança da vida eterna.


Oro ao Senhor para que, em sua bondade e amor, transforme o coração de milhões, e que esses venham a experimentar a verdadeira vida em Cristo Jesus.

A ele, honra, glória  e poder de eternidade a eternidade.