A novidade e a morte da esperança

A grande dificuldade para redução das incertezas garantindo o “melhor” nas escolhas advém da falta de um modelo.  Um modelo – solução – que, comprovadamente aferido e confiável, transcenda o tempo. Um modelo absoluto.
E essa geração, ávida pela novidade, submeteu-se a profusão dos modelos. Abandonando-se este, e adotando-se aquele, sempre prontos a serem substituídos. E, por princípio, rejeita-se a ideia do modelo atemporal.

Esta ditadura do “novo” determina que a cada momento surja um novo modelo, substituindo aquele que até então havia – considerado verdadeiro, agora não mais. Evidencia que o existente – a verdade atual – está moribundo, apenas à espera de substituição pelo “novo”.

E essa dinâmica – hoje verdade, amanhã mentira – é que constrói os valores mentais e fundamentam as escolhas da vida humana – parece-lhes vantajoso, entretanto lhes nega a paz.

Claro fica que a vida que vivem é premida pela incerteza, pois o frenesi de “verdade hoje e mentira amanhã” não permite perceber o definitivo, o permanente. A vida que vivem, não lhes é permitida a esperança. Pois, a espera do amanhã, do próximo modelo rouba-lhes a vida real. E a verdade permanente não lhes é possível.

O ciclo da novidade exige o fim do modelo e com ele o fim daquela verdade, e assim, todo que era possível naquele modelo se esvai. E sem esperança destruiu o futuro, legitimando o prazer como meio e fim da existência – acreditam buscar a felicidade. 

Nada é permanente, nada é satisfatório. 

Nessa geração a estupidez distribuiu sabedoria e a verdade foi substituída pelo experimento… e tudo se fez novo! Passou a ser imperativo recriar a verdade, o amor, a moral, os conceitos. Tudo é novo, a espera do novo.

Em busca de dar sentido a vida – morte – o absurdo passou a ser aceitável e necessário, romperam-se os limites da coerência. Temos meninos vitalícios, bandidos milionários, trapaceiros honrados, legisladores criminosos e miseráveis refinados. Criou-se a moral gay e a ética meliante.  Os modelos do engano romperam com o razoável, e todos se autorizam a acreditar em tudo ou em nada – que, nesse contexto, são a mesma coisa. 

Contudo, o novo está morto, pelo novo que virá. É a morte foi introduzida na substância da “nova vida”, e a  esperança foi enganda pela ilusão.  

Sem esperanças, restou-lhes a prazer e a espera do novo. Divertem-se brindam a “nova vida” – na verdade, a morte – todos os dias. Essa escravidão da novidade garante-lhes a morte como esperança.

E diz o Senhor: Porque sem mim nada podeis fazer. (Jo 15:5)