Olhando a cruz .

Mogi das Cruzes.
04.09.2011

Morreu o Senhor.  Está consumado! O último brado, depois apenas a liturgia perversa da morte. Há silêncio em toda imensidão do universo. Jaz em uma vil cruz o Senhor deste universo. Sobre aquele corpo está a sentença e o registro da perversão humana.
As perguntas em profusão são lançadas aos quatro cantos da terra, como estrelas cadentes trazendo luz sobre nossas mentes sombrias, questionemos:
Por que morreria o autor da vida, aquele em que nele tudo subsiste?
Seria apenas a evidência da maldade contínua do desígnio do coração do homem, em que não há restrição para tudo que intentam fazer?
Por quem viria a vida, a paz? 
O que de Deus podemos aprender naquela cruz?
Nas santas palavras do Senhor aprendemos o amor, a retidão e a justiça…  não haveria também na cruz, além do pranto e dor, toda a justiça, todo o amor? 
Percorramos as sendas de sabedoria do Senhor Deus, deixemo-nos levar pelo Seu Santo Espírito. A Ele tributemos antecipadamente toda a honra, todo louvor, toda glória. 

Leiamos João 19.30 diz: “Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito”.
O Senhor em Sua Palavra afirma que a morte é a sua sentença contra o pecador. Todos nascidos de Adão estão sob acertada sentença: a morte. O salário do pecado é a morte ouvimos de lábios infantis em cada uma de nossas salas. Mas, lhes pergunto: Quanto ao meu Senhor? Como foi parar naquela cruz?
Recorramos à sabedoria de Deus, esqueçamos nossas experiências e deduções contaminadas, à Sua palavra, Evangelho de Lucas, cap. 1:
“Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai, ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó e o seu reinado não terá fim.”
E mais:
 “este ente santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus.”
A eternidade santa do Senhor – o Filho do Altíssimo – viria experimentar este mundo caído, este mundo de horror e corrupção.
Não olvidemos: O Filho do Deus Altíssimo, o rei eterno é santo, separado em sua disposição, mas eternamente Deus, é agora humano em sua natureza.
O eterno, transcendente alojou-se na dimensão finita, carente de sua glória, cá esteve. Deixou as marcas de suas alparcas sobre o pó desta terra que não ousaria retê-lo.

Por que morreu então meu Senhor? O Espírito mais nos diz: 
“Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai. “(Jo 10:17-18)
Encontramos um facho de luz que alumia nossas mentes e corações. Palavras de Nosso Senhor: “Ninguém a tira de mim, eu de mim mesmo a dou”. O Santo eterno ofereceu-se voluntariamente para morrer. O profeta Isaías afirma que Ele não cometeu injustiça, nem houve dolo de sua boca (53.9).

Sigamos pela vereda do justo que está clareando mais e mais. “Está consumado, e rendeu o espírito”: O meu Deus se deu à morte. Mesmo assim há mistério em demasia, pois nada, nem ninguém, poderia tirar a vida do Eterno : Mas o Senhor morreu!!
Mais luz a nos iluminar nessa manhã: “Foi da vontade do Senhor… se puser como oferta pelo pecado… e a vontade do Senhor prosperará em suas mãos”. (Is 53.10)
Não podemos negar, diante estamos de um plano de sangue, morte, justiça e vida. A morte de Jesus abre o cenário de glória de SI mesmo… e inexplicavelmente nos incluiu. 

Glória ao Senhor!
Ainda o profeta Isaías (cap. 53), diz: 
“ferido por causa da transgressão do meu povo”. Precisamos mais saber sobre a ferida de nosso Senhor. “meu servo justo justificará a muitos, e as iniqüidades deles levará sobre si.”

E mais:
mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu”. (11,12).
Sim, as Santas Letras confortam coração, confortam a alma. Nosso Deus, em amor e misericórdia, ofereceu-se voluntariamente para morrer por causa de minha transgressão, por causa de meus pecados, por causa da minha miséria, resolveu tomar meu lugar…e nada poderia fazer e nada fiz.
Nossa Oração é que nos arrependamos, choremos, ergamos aos céus nossos pedidos de misericórdia, pois é grande o nosso pecado. A vida de Deus em lugar de nossas transgressões. Como entender tão grande amor?

Como Pedro falemos: “Afasta-te de mim Senhor, pois sou pecador!”. 
Sim, naquele madeiro de Sua morte, está a nossa vida. Naquele madeiro não apenas estava escrito: Jesus Cristo, o nazareno, rei dos judeus. Naquele madeiro estava escrito com sangue nossos nomes e milhões de outros nomes pelos quais o Senhor deixou-se à morte, homens, mulheres, crianças que arrependidos, prateariam dizendo: “Dá-me de beber essa água”.
Está consumado, nada há para ser feito. Rejubilam os céus, e salmodiemos, pois o nosso Deus assim o quis. 

Aos meus irmãos – A perda irreparável

Aos meus irmãos. 

Não é simples tentar externar algumas coisas e sempre nos deparamos com a possibilidade de não o fazer adequadamente. Faltam palavras, fogem as melhores ilustrações e, por vezes, frustramo-nos em solidariedade ao ouvinte.

Tem sido por regra dependermos de nossa experiência pessoal, formação e até desinformação, para concluirmos a respeito de algo. Assim, cada um de constrói seu próprio “conceito” e por ele define sua “solução” para as demais questões. De certa forma usufruímos do benefício da ignorância ou mesmo da dúvida. E altaneiros, comandamos a vida – como se possível fosse. 

Este simplismo abandona a razão e rompe com o inexorável. Acredito que quanto às questões mais simples da vida não há grande comprometimento, grandes perdas… mas na morte é bem diferente, e como é diferente! Sua complexidade vai além de nossos conceitos e conveniências. 


Ela – a morte –  desrespeita a esperança, e em sua crueldade encrava farpas profundas na alma. Não nos permite o simplismo, e para este drama, se o somos, tratamo-la de forma infantil e  insensível. 


Não podemos negar, a realidade se impõe (ou imporá) sobre nossa ignorância, conceito e solução. Não seremos tomados por inocentes nesta trama misteriosa, nem nossas conveniências anularão o que se apresenta frente a nós.

Quem poderá agir? Que poder poderá aniquilá-la, a ponto de sabermo-nos vitoriosos sobre sua pecha? 
Em sua cruz e sangue, condenou a morte em sentença eterna: A morte com seus grilhões já não prendem meu coração, minha mente . 

Seu – do Senhor – poder e benevolência têm chegado a mim todos os dias e, a despeito da dor, tenho esperança. 

Um dia estaremos face a face com Aquele que derramou sobre mim, um vil pecador, sua própria vida. Apenas a esperança vinda dos céus é o verdadeiro bálsamo para amainar tão profunda perda.

beijo a todos.

paulo brasil

Que vida é esta que temos?


Igreja Batista Regular Renascer
Manaus, 28,novembro,2010




Havia mulheres que seguiam a Jesus, e após vê-lo no túmulo, Lucas registra (23.56): “Então voltaram e prepararam especiarias e unguentos. E no sábado repousaram, conforme o mandamento.
Restou-lhes o sábado para descansar e no primeiro dia retornar ao túmulo para completar a liturgia da morte e dor.
Nada mais restava àqueles que acompanharam o Senhor, aqueles que vieram de longe ouvi-lo, o silêncio preenchia o ar.
Vidas lançadas fora, desperdiçadas, frustraram-se os planos, sucumbiu a esperança… a morte, mais uma vez, triunfara.
Não há mais um grupo de discípulos em torno do seu Mestre; não mais se ouvirão os discursos celestes de sabedoria e verdade.  Apenas a morbidez de um túmulo e um corpo a ser preparado para eternidade.
Os olhos marejados de lágrimas embotam a visão que caminha penosamente pela solidão escura da madrugada, segue em direção aos portais da morte.
Aqueles passos (e os nossos também) são surpreendidos pelo túmulo aberto, vazio e pelo anúncio angelical: “Por que buscais entre os mortos aquele que vive?” (Lc 24.5). 

Como compreender: Não há ninguém no túmulo!  O que fizeram com o meu Senhor? 

Entre o horror da morte e o absurdo da esperança inusitada anunciou-se a vida. 
A luz celeste alumia o outeiro da morte, trazendo-lhe vida. 
A vida sobrepujou a morte!
É o ponto central da história humana, começara ali a vida. Quem poderia nos explicar? Quem poderia nos dizer o que é isso? De onde poderiam vir palavras para nos desvendar o mistério da morte que sucumbiu, ou mesmo da vida infinita que surgiu? 
As Sagradas Letras nos oferece um sumário de encanto, de espanto e vida. A vida que se impôs sobrenaturalmente à morte que existia. O ânimo de uma vida que expirava foi vencido pelo Espírito da vida que não se esvai. 

São manifestações de poder e graça que chegam desnudando a morte, expondo-a a ignomínia. 

Leiamos Romanos cap. 6, e deixemos que o anúncio dos céus, o anúncio de Deus, aprofunde-se em nossos corações. Através da palavra do Senhor aprenderemos a vida que recebemos, que projeta-se de tão profundo mistério que a razão caminha lenta a procura de vigor celeste para explicá-la.

E o regozijo do meu coração irrompe: Meu Senhor já não morre mais. 

“sabendo que, tendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre mais; a morte não mais tem domínio sobre ele.” (Rm 6:9)

E as Santas Letras avisa-nos foi nos dado vida, quando estávamos mortos (Ef 2.1-2). 

E mais: 

Se fomos unidos a Ele na morte, também o seremos na ressurreição (Rm 6.6). 

Que vida nos foi dada em Cristo? Que vida é esta que emergiu para afrontar a morte?
1.    A vida que nos matou (6.2); “para ele morremos”
A vida que recebemos matou a morte que entranhava o mais profundo do nosso ser. Que conspirava contra a vida, contra o Santo de Deus. Temamos aqueles que lutam para manterem-se vivos por suas religiões, por seus votos, por seu sucesso.  
2.    A vida que nos transformou (6.4); “novidade de vida”
A vida que recebemos transportou-nos das trevas para o reino de luz de Seu Filho. As coisas velhas se passaram, eis que TUDO se fez novo. Temamos aos que carregam continuamente seu passado, que falam a respeito do céu sem desejá-lo.
3.    A vida que não morre mais (6.5) “Unidos com ele, na morte e na ressurreição”
A vida que recebemos não desvanece, mesmo que o homem exterior esteja à morte, o homem interior se renova a cada manhã. Sustentados pela graça e pela misericórdia do Nosso Deus. Temamos aos vivem na força do próprio mérito e sabedoria; que Cristo é apenas um suporte para atender suas ambições.
4.    A vida que não se submete ao pecado; (6.6) “não sirvamos ao pecado”
A vida que recebemos é plena de liberdade, somos livres para sermos santos, para atender Àquele que nos arregimentou. A liberdade para praticar a justiça de Deus. Temamos àqueles que compartilham com o mundo e sonham com o mundo e tripudiam dos céus, e aqui firmaram suas tendas.
Esta é vida que flui dos céus preenchendo nossas almas, animando nossos corações e iluminando a nossa esperança.
A vida que nos faz contemplar o céu de onde virá meu Senhor, que nos sustenta, ainda que tenhamos de caminhar pelo vale da sombra da morte.

Brademos:  
Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (1Co 15:55)
Louvemos ao Senhor, pois a nossa vida é a vida dEle. 

Morreu o Senhor


Manaus, 14, novembro,2010
Igreja Batista Regular Renascer

Está consumado! O último brado, depois apenas a liturgia perversa da morte.
Há silêncio em todo imensidão, jaz em uma cruz o Senhor do universo. Sobre aquele corpo está o registro da maldade humana.
As perguntas em profusão são lançadas aos quatro cantos da terra.
1.       Por que morreria o autor da vida?  Aquele em que nele tudo subsiste?
2.       Seria apenas a evidência da maldade contínua do desígnio do coração do homem e que não haverá restrição para tudo que intentam fazer?
3.       Quem, pois construiria o caminho da vida, o caminho da paz? 
4.       O que de Deus podemos aprender que está naquela cruz?


Nas santas palavras do Senhor aprendemos o amor, a retidão e a justiça.  Mas, na cruz a dor, profunda dor.  
Percorramos as sendas de sabedoria do Senhor Deus, deixemo-nos levar pelo Seu Santo Espírito. A Ele tributemos antecipadamente toda a honra, todo louvor, toda glória. 
João 19.30 diz: “Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito”.
O Senhor em Sua Palavra afirma que a morte é a sua sentença contra o pecador. Todos nascidos de Adão estão sob acertada sentença. O salário do pecado é a morte ouvimos de lábios infantis em cada uma de nossas salas. Mas, pergunto-lhes: Quanto ao meu Senhor? Como foi para aquela cruz?
Recorramos à sabedoria de Deus, Sua palavra, nela lemos a respeito de Jesus, o Senhor – Evangelho de Lucas, cap. 1:
“Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai, ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó e o seu reinado não terá fim.”
E mais:
 “este ente santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus.”
A eternidade santa do Senhor – o Filho do Altíssimo – viria experimentar este mundo caído, este mundo de horror e corrupção.
Escritor aos Hebreus ao contemplar o Senhor da glória registrou: 
Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. (Hb 4:15)
assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação. (Hb 9:28)
Não há como duvidar: O Filho do Deus Altíssimo, o rei eterno é santo. Jesus passou por aqui sem cometer pecados; morreu, está o céu e virá nos buscar em plena santidade. Nenhum pecado, nenhum mal cometeu.
Sendo a morte a justa retribuição para o pecado, temos confirmado que a morte jamais teve poder sobre Ele, assim, Nosso Senhor jamais morreria ou morrerá. Por que morreu então Nosso Senhor?


O Espírito mais nos diz: 
“Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai. “(Jo 10:17-18)
Encontramos um facho de luz que alumia mentes e corações. Palavras de Nosso Senhor: “Ninguém a tira de mim, eu de mim mesmo a dou”. O Santo eterno ofereceu-se voluntariamente para morrer. 


O profeta Isaías afirma que Ele não cometeu injustiça, nem houve dolo de sua boca (53.9). Andamos pela vereda do justo que está clareando mais e mais. 
Está consumado, e rendeu o espírito: O meu Deus se deu à morte. Nada, nem ninguém, poderia tirar a vida do Eterno.

Mais luz a nos iluminar nessa manhã:
Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar; quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. (Is 53.10)
“Foi da vontade do Senhor… se puser como oferta pelo pecado… e a vontade do Senhor prosperará em suas mãos”.
Estamos diante de um plano de sangue, morte e vida. A morte de Jesus é parte de um plano, é a ação de Deus na história humana.

Ainda o profeta Isaías cap. 53. Diz “ferido por causa da transgressão do meu povo?
Precisamos mais saber sobre a ferida de nosso Senhor. “meu servo justo justificará a muitos, e as iniqüidades deles levará sobre si.”

E mais:
mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu. (Is 53.11-12).
Sim, as Santas Letras confortam nosso coração, confortam nossa alma. Nosso Deus, em amor e misericórdia, ofereceu-se voluntariamente para morrer por causa de minha transgressão, por causa de meus pecados, em meu lugar. 
Arrependamo-nos, choremos, ergamos aos céus nossos pedidos de misericórdia, pois é grande o nosso pecado. A vida de Deus em lugar de nossas transgressões.

Sim, naquele madeiro de Sua morte, está a nossa vida.

Naquele madeiro não apenas estava escrito: Jesus Cristo, o nazareno, rei dos judeus. Naquele madeiro estava escrito com sangue nossos nomes e milhões de outros nomes pelos quais o Senhor deixou-se à morte.


Está consumado, nada há para ser feito


Rejubilam os céus, e salmodiem povos, pois o nosso Deus assim o quis. 

Escatologia Individual – Esboço


Mogi das Cruzes, setembro,2010

Escatologia Individual

A MORTE

A Escatologia individual considera aquilo que é dado como certo na existência das pessoas. Logo, o primeiro ponto a ser considerado é a morte. O adágio popular leva o homem a saber que “da morte ninguém escapa”. Mesmo que a experiência objetiva da morte não seja estendida a todos, conforme às Escrituras, podemos afirmar que em regra geral todos se depararão com ela. 
Compreendê-la, pois, é de vital importância dentro do propósito da Escatologia individual. Devemos, primeiramente, identificá-la, quanto possível por sua dimensão: 
(1) a dimensão física ou natural que todos podem observá-la; 
(2) a dimensão espiritual onde, pela Revelação e a experiência dos santos na regeneração, pode-se  efetivamente compreendê-la.
O texto de 1 Tm 5:6:
 “entretanto, a que se entrega aos prazeres, mesmo viva, está morta.”
oferece o ensino de morte e vida em uma mesma pessoa. O contexto mostra que pessoas que vivem desordenadamente, à parte da santidade exigida por Deus estão vivas sob determinado aspecto, mas mortas sob outro. Necessário é definir sob qual aspecto há vida, e sob qual há morte. Recorreremos ao livro de Gênesis para caminhar em direção a compreensão do texto supra. A seguir a advertência divina feita a Adão (Gn 2.17): 

“mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. 

Há eventos que ocorreram que permitirão concluirmos: 

(1) Adão foi expulso do do Jardim, conforme Gn 3:24: 

“E havendo lançado fora o homem, pôs ao oriente do jardim do Éden os querubins, e uma espada flamejante que se volvia por todos os lados, para guardar o caminho da árvore da vida”.

Depreende-se que a partir desse momento o homem ficou privado da árvore da vida, uma dimensão da morte aqui nos é revelada. 

(2) Lemos ainda em Gn 5:5: 

“Todos os dias que Adão viveu foram novecentos e trinta anos; e morreu.”




O contraste entre os termos “viveu e morreu”, oferece-nos com clareza que a morte de Adão ocorreu conforme observamos em todos os nascidos. 
Ao primeiro evento, atribuímos o nome de morte espiritual, pois ocorreu quando da quebra da unidade entre o Autor da vida e o homem. Morte que Adão experimentou imediatamente após sua transgressão, o que, por sua vez, nos obriga afirmar a existência da vida em sua dimensão espiritual.
Ao segundo, chamamos de morte natural ou física, ocorre quando quebra da unidade constitucional do homem, a saber, parte material e parte imaterial da criatura. Morte essa que Adão experimentou mediatamente após novecentos e trinta anos de vida, o que nos obriga afirmar a dimensão da vida física ou natural. Em relação à morte natural, 
Salomão retratou-a no livro de Eclesiastes, com a visível separação do corpo (pó, referenciando-se à origem do corpo) e do espírito. 


“e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”. (Ec 12:7)



Nossa existência é uma herança passada de geração a geração desde de Adão, portanto herdamos de nossos pais as duas dimensões da existência – natural e espiritual. Nascemos, estamos vivos na dimensão natural, mas mortos, na dimensão espiritual, o que está de acordo com o texto inicial, e ainda com: 

“Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”.(1Co 2:14) 

Assim, a morte espiritual é evidenciada pela rejeição das verdades bíblicas, em virtude da incapacidade natural do homem em discerni-las. Logo mesmo viva (natural) está morta espiritual. Esta condição é também conhecida como Depravação Total. Sendo comum a todos descendentes de Adão, conforme Rm 5:18, que diz: 

“Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida.” 

Observe o contraste entre “juízo para condenação” e “graça para justificação e vida”.  Podemos concluir que a morte espiritual é ausência de relacionamento com Deus, que toda a humanidade herda por natureza. 
O restabelecimento da vida é feito por um ato exclusivo, livre e soberano de Deus que é a Regeneração (União com Cristo), que como consequência produzirá a fé.  
Portanto, vida e morte NÃO devem ser entendidas como EXISTÊNCIA e NÃO-EXISTÊNCIA, mas sim, como união ou separação de Deus, ambas com existência, ou seja, com consciência. A vida é a existência em unidade com Deus, portanto morte é a existência separada de Deus. Compartilha desta posição Erickson :  

“A morte e a vida, de acordo com as Escrituras, não devem ser entendidos como existência e não-existência, mas como dois estados de existência; não é como costumamos imaginar, extinção.”[1]


O ESTADO INTERMEDIÁRIO
Este tópico trata do intervalo de tempo entre a morte física e a ressurreição, à guisa da Revelação.
temos dificuldades nesta doutrina, a primeira é a escassez de material escriturístico para sua plena sistematização. A segunda, é a perspectiva da Teologia Liberal que influenciou todas as gerações a partir da segunda metade do século XIX, que apontava contrariamente à ressurreição física, contudo afirmava  a imortalidade da alma. Doutro lado a Neo-ortodoxia veio com um conceito de ressurreição necessária, que apregoava que a existência humana exige corporalidade, o que implicava na não existência da alma separada do corpo. 


O Liberalismo, com sua NÃO RESSURREIÇÃO, e a Neo-ortodoxia com a IMPOSSIBILIDADE DA EXISTÊNCIA REAL FORA DO CORPO são os dois falsos conceitos que contribuem negativamente para a aceitação desta doutrina.
Devemos tomar como ponto de partida uma verdade das Escrituras: Há um estado intermediário e que ele é inadequado ou transitório, mas real. Pois o apóstolo expectava por um revestimento, onde é clara a alusão ao corpo ressurrecto. 
“E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial; ..[..]..  , para que o mortal seja absorvido pela vida”. (2 Co 5:2-4)
Na ressurreição dar-se-á este revestimento (1 Co 15), quando receberemos um corpo aperfeiçoado, eterno. A existência deste estado é claramente mostrada no Evangelho de Lucas 16.22-24.


“Aconteceu morrer o mendigo ..[..].. morreu também o rico e foi sepultado ..[..]… estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama”.


Vemos que ambos, Abraão, o rico e Lázaro, passaram pela morte, porém se encontram em situações totalmente diferentes. O rico demonstra consciência mesmo pós a morte: Reconhece Abraão, expressa seu tormento, suplica por algo que amenizasse sua dor e sabe quem é Lázaro e de que ele seria capaz de fazer. Esta passagem permite afirmar da existência de vida consciente após a morte. Podemos inferir que a condição do rico, pelo menos, era de desencarnado.

“..[..].. morreu também o rico e foi sepultado”.(v. 22)

Concluímos que o estado Intermediário, ou seja o intervalo de tempo entre a morte e a ressurreição é caracterizada por vida consciente. E pessoas que neste estado se encontram gozam do consolo e a expectação da ressurreição, enquanto outros se encontram em tormentos. Erickson diz :

“Entre a morte e a ressurreição, há um estado intermediário em que crentes e incrédulos experimentam, respectivamente a presença e a ausência de Deus.” [2]

[1] M. ERICKSON, Introdução à Teologia Sistemática, p. 484.
[2] M. ERICKSON, Introdução à Teologia Sistemática, p. 493.

A quem procurais?


Há expectativa nos céus, todas as criaturas, em espanto acompanham o Senhor do Universo, que agora na carne mortal, segue em sua eternidade, em seus passos, caminha sobre a terra, permanecendo em tudo, sem se confundir com o tudo. Caminha, antecipa-se ao anseio das trevas, vai em direção aqueles homens e pergunta: “A quem procurais?”
Em Judas há estupor, ambição e medo, com passos contados desde a eternidade, alcança a face jamais pensada de Iavé; face a face, foi possível perceber a respiração do autor da vida, criador do ar, que dele não necessita. Imanência e transcendência em absurdo de lógica e sabedoria, o beijo eterno.


Além das algemas do corpo, agora os grilhões dos homens, prenderam o Príncipe do Exército do Senhor, de longe e eternamente Judas contempla seu o horror eterno.
Próximo estava da humilhação proposta, longe da glória eterna com o Pai, mesmo permanecendo eternamente glorioso nos céus. A celebração em espinhos, em zombarias, a cruz, os cravos, a dor lacerante, romperam-se os limites do corpo que Ele criou. O grito, o mistério do abandono… “Consumado está”. As trevas não se contiveram e vieram assistir o espetáculo de vergonha e dor. O autor da vida, o imortal e eterno, ofertou-se à morte; por fim a escuridão, o túmulo, a morte, o espanto de todas as criaturas celestes, e o prazer do Pai, que sempiterno, entende a clausura do tempo.


Há expectativa nos céus, todas as criaturas, procuram o Senhor do Universo. Nada poderia detê-Lo; todas as luzes do universo não se contiveram, vieram emoldurar o espetáculo de graça, misericórdia e amor. “A quem procurais?” Ele ressuscitou.
A Ele honra, glória e louvor de eternidade a eternidade

Pois quem é Deus, senão o Senhor?

Tenho lido, procurado, e raro encontro a pureza e a santidade que a Tua Palavra semeou por toda a terra. E em lugar dela, a sabedoria humana, com arrogância e sutileza, tem sido apresentada.

Rebusquei nas lembranças, tentei pela história, e por elas atravessei séculos, vi a Tua verdade moldar o tempo, vi varões com estandartes erguidos, saindo em direção aos quatro cantos da terra, proclamando a convicção mais profunda e a submissão incontrolável ao nome do Altíssimo.  Em seus corações estavam impressas palavras de amor, palavras de esperança, sua linguagem eram cânticos sem a torpeza e a vulgaridade que dela se orgulhavam os homens da terra. Saí aos confins à procura desses homens, neles tenho todo o prazer. Onde estarão? Pois sei, também procuram a Tua palavra.

Vidas, vividas na certeza que o Santo esteve aqui entre nós, falou-nos palavras, sopro de poder, vida e paz, suficiente para imprimir a eternidade nas profundezas de nossas almas. Como celebrávamos, nas noites de lua, sob as estrelas, entoando louvores: “O Senhor falou conosco e o fez face a face, grande é o Senhor”. Era como a “luz da manhã ao sair do sol, da manhã sem nuvens, quando, depois da chuva, pelo resplendor do sol, a erva brota da terra” (2 Sm 23:4). Firmada para todo sempre está Senhor a tua Palavra no céu, regozijávamo-nos com o salmista.
Não mais ouço as vozes que aos milhares entoavam os louvores santos exultando o Senhor. Das vozes de outrora, apenas o balido de ovelhas e o mugido dos bois da insolência religiosa. Removeram os limites antigos, limites que nossos pais fixaram, e jamais os restabelecerão. 

Que desencanto ou encanto corrompeu esse cenário? Quero rever esses registros de amor e glória do Eterno.


Em arenas mundiais, o sonido das trombetas jazeu ao cânticos das trevas. Multidões pululam em histeria religiosa, feito gafanhotos, espalham-se por toda a face da terra, aos milhares em marcha cega e razão corrompida, ocupam espaços, criam seus próprios modelos, promoveram e comemoram a morte da palavra do Santo, destruíram os verdes campos da semeadura. Há podridão e fumaça pelo ar, enredam-se em seus desvarios sem qualquer moral, sem nenhum temor, enganam a esperança, esperança natimorta.  Em estupidez mambembe regozijam-se na dureza e morte de judaizante coração, “eis que a palavra do SENHOR é para eles coisa vergonhosa, e não gostam dela”. (Jr 6:10). Comerão e beberão e morrerão.  

Mas não somos assim, conosco está o Senhor: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça”. (Is 41:10) A verdade será proclamada, ela descerá dos céus como a chuva serôdia, sim, virá. É a vocação de nossas almas, o sentido de nossas vidas, nada nos deterá.

A pleno pulmões, ergo minhas mãos, aceno para que me vejam: aqui, aqui. Tropeço em mim mesmo, não nas palavras. As multidões em vão obstruem meu caminho, chegarei à frente. Ao redor há confusão, idolatria, caixas registradoras, concorrência gospel, visões, milagres, promoções e indulgências evangélicas. Reafirmo em meu coração: não estive enganado todo este tempo, sei quem é meu Senhor. Eu quero silêncio, já ouvi demasiadamente, já chorei em borbotões ouvindo e vendo o que tem sido lançado contra o nome do Altíssimo. Cale-se toda terra, cessem os sacrifícios imundos, os milagres comprados, a provisão de corações famintos. De nada servem as liturgias com os seios a mostra, a sobriedade pública do adultério oculto; não se acheguem com a unção das trevas, nem ofereçam o sucesso de Judas, mercadejado em troca de sangue inocente.

Ouçam: “Portanto, assim diz o Senhor Deus: Como te esqueceste de mim, e me lançaste para trás das tuas costas, também carregarás com a tua luxúria e as tuas devassidões”. (Ez 23:35).
Começarei pela ignomínia da cruz, da vil cruz, que serviu de brutal moldura para humilhação sofrida pelo Criador e Senhor de todo universo. O regozijo na terra e a celebração das trevas contrastavam com os anjos dos céus, que estupefatos, contemplavam meu Senhor na cruz. “Está consumado”, seu grito de dor foi a minha liberdade; estendeu-se além dos confins das distâncias incontáveis, o universo parou para espiar o espetáculo de sangue e dor, de manto e espinho, de profanação e deboche, e se fizeram trevas sobre toda a terra incrustando de horror e salvação a história dos povos. A santa e redentora morte do meu Senhor, o espetáculo de Deus em favor de miseráveis. Não, nada foi em vão, nada será em vão.

Ele viu o fruto do trabalho da sua alma, e ficou satisfeito com sua posteridade,  percorriam em sua mente miríades de miríades de santos, registro celeste de livros eternos, selos divinos de esperança e glória, oculta em Deus. “Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar; quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos”. (Is 53.10). Tua posteridade Senhor, somos tua posteridade. Ah! Senhor meu, Deus meu. Bendito és tu Senhor de eternidade a eternidade.

Nosso Deus desceu à morte, que não pode detê-Lo, ressuscitou e não morre jamais. Em sua inusitada e incompreensível graça, presenteou-nos com Sua vida, vida que não definha. Ouçam mais uma vez:Por isso não estamos desfalecendo; mas, ainda que o nosso homem exterior é lançado em ruína, o interior, contudo, é renovado de dia em dia”. (2 Co 4:16). E mais, “já não vivo, mas Cristo vive em mim”, sorvi tais palavras, santas palavras. Foram substituídas pela ânsia do sucesso pessoal, pela ribalta política, destruídas pelo cristianismo da terra, o fogo profano das multidões, sucumbiram à tentação. Rilham os dentes e avançam com seu poder contra os santos do Senhor, mas nossos olhos abertos estão, e descansam no consolo divino: ”Não temas; porque os que estão conosco são mais do que os que estão com eles”. São dos nossos em seus cavalos e carros em nosso derredor, em nossa defesa.    

Ouçam novamente: “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em entender, e em me conhecer, que eu sou o Senhor” (Jr 9:23-24). Não cederei à astúcia humana, ao arremedo da autopromoção, abomino as querelas dos pensadores, do vagar metafísico em torno do próprio ventre. 

Nada tenho em mim, muito menos de mim para falar, falarei do meu Senhor, e o farei pelo Espírito. Minha glória está em conhecê-Lo, o Senhor dos Exércitos. E como o rei Davi O exultarei: “Tua é, SENHOR, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque Teu é tudo quanto há no céu e na terra; Teu é, Ó SENHOR, o reino, e Tu Te exaltaste por cabeça sobre todos”. (1Cr 29:11).

Aqui estamos, baluartes da Palavra de Salvação, desafiamos esta geração, que não conhece a palavra do Senhor, reúnam-se todos, filósofos, livres pensadores, evangélicos, padres, puristas, espiritualistas, pastores da usura e lancem suas maldições, seus milagres, suas indulgências, suas perguntas sobre nós. Em nossas vidas está a oferta do brasão da esperança eterna, com o nome do Senhor dos Exércitos gravado em nossos corações.  Proclamemos com a convicção mais profunda e a submissão incontrolável o nome do Altíssimo. 

Exalto meu Senhor com o cântico de Davi:

“Livrarás o povo que se humilha, mas teus olhos são contra os altivos, e tu os abaterás. Porque tu, Senhor, és a minha candeia; e o Senhor alumiará as minhas trevas. Pois contigo passarei pelo meio dum esquadrão; com o meu Deus transporei um muro.

Quanto a Deus, o seu caminho é perfeito, e a palavra do Senhor é fiel; é ele o escudo de todos os que nele se refugiam. Pois quem é Deus, senão o Senhor? e quem é rocha, senão o nosso Deus? Deus é a minha grande fortaleza; e ele torna perfeito o meu caminho. Faz ele os meus pés como os das gazelas, e me põe sobre as minhas alturas. Ele instrui as minhas mãos para a peleja, de modo que os meus braços podem entesar um arco de bronze”. (2Sm 22:28-35).

Bendito e Santo é nosso Deus que com amor eterno nos amou e com benignidade nos atraiu.
A Ele honra, louvor e glória de eternidade a eternidade.

A horrenda proposta da apostasia

“Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (Hebreus 10 : 31)

O Cristianismo Bíblico, sempre existiu por haver um relacionamento real com Deus. O Deus pessoal, Triuno, eterno, criador de todas as coisas comunicou-Se com suas criaturas, revelando-Se, isto é a base de toda fé cristã. A Palavra do Senhor, e somente ela,  regulamenta este relacionamento

Esta realidade, por ser demasiadamente divina, foi abandonada. Submeteu-se aos retoques e ajustes das mãos aflitas e mentes ambiciosas do homem moderno. Para tanto, proclamaram a inexistência do Senhor, assumindo o controle sobre a vida e a morte; e o Cristiansimo deixou as Escrituras, adaptou-se às regras do mercado, passou a ser mais uma religião.
Lançaram fora suas entranhas, recriaram seus princípios, sua etimologia e natureza. Iniciando uma trilha descendente e sem retorno. Pobres apóstatas, pobre humanidade.
Adaptada ao homem secular, que sem questionar seu real significado e propósito, se apropriou dela chamando-a de Cristianismo. Com um cenário favorável, essa transgressão conceitual e prática passou a ser a verdade. O absurdo que vemos aí, é para o mundo o Cristianismo. E presenciamos o impensável, católicos, evangélicos, espíritas, testemunhas de jeová, adventistas do sétimo dia, neo-pentecostais, unicistas, mórmons e muitos outros são cristãos.
O Cristianismo perdeu sua razão e identidade, e o que vemos hoje é um movimento humanista  refém dos princípios e postulados da Psicologia, Marketing, Sociologia e outras disciplinas sociais.
Sem os valores espirituais e regras, as opiniões se confundem, a verdade é uma questão de convicção pessoal. O “eu creio” é o suporte para toda a verdade. Os sentimentos e anseios compõem a fonte para todo enunciado cristão.
Seu misticismo passou a ser um passe de mágica, um clamor ao desconhecido. Tudo é envolto em sombras, o absurdo é sempre autorizado. Em religião tudo é possível, dizem. Assim, esse cristianismo, em sua nova cosmovisão, estabelece que Deus é apenas a introspecção  circunstancial do indivíduo. Deus é o imaginário de cada indivíduo, o panteísmo dá o ar de sua graça na apostasia cristã. O conjunto de forças do apóstata é deus – um deus ninguém, e sua auto-determinação chamou-a de fé. 
Sedimentadas tais verdades, com Deus subjugado, a adoração é dirigida para o deus interior de cada celebrante. O cristianismo apóstata, mais uma vez atende ao mercado, e é também entretenimento, lazer. Circunscrita aos ideais humanos, a verdade, que outrora engrandecia ao Senhor, ficou reduzida a mantras do absurdo para prazer e conquistas das criaturas.
Sem Deus, sem Cristo, não há cruz, não há sangue e o homem livre aprofundou sua escravidão da morte.  Os resultados estão por toda parte: o pragmatismo roubou a esperança e a vida perdeu seu valor. Resta apenas a morte por escolha.   Esta é a proposta.
Pobres apóstatas, pobre humanidade.

“Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder, se apressam a chegar.” (Deuteronômio 32 : 35)

Bendito seja nosso Deus.

A Ele honra, glória e louvor de eternidade a eternidade.

A morte da vida na morte de Deus

O Cristianismo Bíblico, sempre existiu por haver um relacionamento real com Deus. O Deus pessoal, eterno, criador de todas as coisas comunicou-se com suas criaturas, revelando-Se.


Toda esta realidade foi perdida, abandonada, caiu em mãos aflitas, em mentes perturbadas do homem moderno. Proclamaram a inexistência do Senhor – sua morte -, assumiram o controle sobe a vida e a morte, e o Cristiansimo saiu das Escrituras e passou a ser meramente uma religião.


Há algo novo em seu lugar. Arrancaram suas entranhas, remontaram seus princípios, sua etimologia, suas particularidades e natureza. Iniciando uma trilha descendente e sem retorno. Pobre humanidade.


Mesmo que o homem comum de nossos dias não questione seu real significado e propósito, ele apropriou  desse fenômeno meramente social e psicológico, chamou-o de religião. Contando com um cenário imediatista, sem capacidade crítica – disposição mental -, essa transgressão conceitual e prática passou a ser a verdade. O Cristianismo perdeu sua razão, e vive hoje embalado pelos braços dos valores e regras da Psicologia e outras ciências Sociais.


É regra, pessoas de diversas idades, posição e nível cultural opinarem a respeito de religião sem compreensão adequada. Confusas, sem fundamento teórico, tratam da questão como se um resultado de futebol ou mesmo como uma questão de gosto pessoal. Transformou-se em uma prenda, sem regras, sem limites. Os valores meramente humanos, como o anseio, a ignorância e filosofias, compõe a matriz dessa religiosidade. Custumizou-se uma para cada  indivíduo.  Seu misticismo passou a ser um passe de mágica, um clamor vazio ao desconhecido. Tudo ficou envolto em sombras, o desconhecido autoriza o absurdo.

Em religião tudo é possível, dizem.


O desconhecido é na verdade o inexistente, o Sr. Impessoal. Assim, religião, em sua  nova cosmovisão, é apenas uma relação circunstancial do indivíduo com suas projeções mentais – seu imaginário. Internalizou-se a deus. O conjunto de forças do indivíduo é deus – o deus ninguém. Sua auto-determinação chamou-a de fé. Com esse conceito de fé o homem subjugou  a Deus. O grande poder está na sua mente e em sua determinação para realizar-se. O homem moderno é o Senhor do Universo, o centro de adoração.


A religião é mais uma forma de satisfazer-se. O propósito religioso está circunscrito aos ideiais humanos. A verdade, que outrora engrandecia ao Senhor, transformou-se em mantras do absurdo para conquistas e engrandecimento das criaturas.  O homem vive sobre  um deus ninguém. Os resultados são perceptíveis, estão por todos os lados:

A morte da esperança. A esperança foi banida do coração, consequentemente a vida perdeu seu valor. 


Até quando Senhor?

Bendito seja nosso Deus. A Ele honra, glória e louvor. De eternidade a eternidade.


Reféns da morte

A realidade nos insinua advertências que, pelos nossos propósitos e ambições, temos demonstrado não atentar para elas. Esta não-percepção dos valores que nos circundam mostra, de um lado, que somos soberbos, por fazermos uma avaliação inadequada de quem somos, por outro, ignorantes, por desprezarmos tais ensinos. Esta dupla característica, falsamente, nos sugere fortes, senhores, quase eternos.
Desprezamos o ensino do nosso dia-a-dia: a presença constante das separações, das perdas. A cada escolha feita separamo-nos de outras possibilidades, abrimos mão daquilo que julgamos desnecessário, sem importância.

 
A vida tem repetido sua imperiosa ação quando somos lançados – sem escolha – para o interior de uma nova dimensão, despedindo-nos daquilo que julgávamos definitivo, ou pelo menos mais duradouro. Em nossa infância, éramos senhores em nossos lares. De repente encontramo-nos fora dele, seguimos em frente… na adolescência, livres, pensávamos senhores de todas as coisas. Muito foi deixado para trás: perdemos o ontem, o aconchego do carinho de nossa mãe, os sentimentos mais singelos, esquecemos nossos amores, foram tantas as advertências. Mal olhamos para elas, as perdas impostas formam as sendas desta vida.


De onde brota tal descaso? Do engano que alvoroça nossos corações? da falta de humildade que conduz nossa sabedoria?


A vida, em sua particularidade e singeleza, tem nos mostrado ser um processo constante de escolhas e predas. O inexorável se agiganta diante de todos nós: Um dia todos nós nos despediremos uns dos outros. Simplesmente, perderemos nossos pais, nossos amigos, nossos irmãos, até nossos filhos, perderemos tudo aquilo que pulsa junto com a nossa vida, que nos faz sorrir, que nos dá prazer, e por fim, perderemos a própria vida. Seremos lançados à eternidade, e de lá nada mais poderemos recuperar.


A negar tais argumentos, é mais uma vez oferecer “a ilusão” como norma da razão, e se separar, em definitivo, da possibilidade de compreender a realidade humana. Os sofismas da religião meramente humana – reencarnação, purgatório, obras, filantropias etc. – tentam obscurecer o pragmatismo da morte. Esta realidade considerada em sua força e imprevisibilidade compromete a fortaleza humana, revestindo a todos da finitude tão indesejada, da fugacidade tão desdita. É, sem dúvida, o maior confronto oferecido pela vida. Mas a eternidade se avizinha, e com ela a separação. A noite comunica ao dia para que mantenhamos a prontidão.


Há alguma escolha a ser feita que nos permita fugir deste roteiro tão perverso? Podemos estar eternamente junto às pessoas que amamos? Nenhuma religião afirmará com segurança que sim.


Em Cristo Jesus, o Senhor de todo o universo, o autor e mantenedor da vida, Nele podemos dizer que sim. Entrega teu caminho ao Senhor, confia nele e que as demais coisas Ele fará.
É Ele, e ninguém mais, que dá tal confiança: “a morte não tem poder sobre os que crêem”.



Bendito seja Nosso Deus e Salvador.


A Ele honra, glória e louvor de eternidade a eternidade




Natal de 2003.