Certa vez, após estudos sobre erros das doutrinas pentecostais em uma igreja – com aparência de solidez – que internamente a apostasia se consumava a cada culto, certo irmão puxando-me de lado, exortou-me para que fosse mais ético. Pois, segundo ele, não se deveria apontar os erros de outros irmãos, os pentecostais no caso. E em seguida veio com aquele mantra central da doutrina de satanás: “Não podemos julgar os irmãos”.
De certo, ficara ofendido, acredito por compartilhar das convicções pentecostais e dos caminhos que trilhava ele e sua igreja.
Digno de nota, é que havia no irmão certa postura de superioridade e “amor”. Pedi-lhe desculpas e indiquei-lhe alguns exemplos bíblicos que orientavam meu comportamento… não creio que os tenha considerado.
Devemos questionar: o que nos orienta – princípios ou exemplos – para denunciar o erro ou a conduta fora dos caminhos do Senhor?
O que aquele irmão sugeriu como ética multiplica-se na maioria das nossas igrejas – tradicionais. Não apenas os ouvintes, mas maciçamente os líderes adotaram como prioridade a integração e cooperação a qualquer preço, sem importar com que grupo ou doutrina. a tolerância e transigência são os pilares para formação da nova ética cristã. A ética adotada é a que justifica e possibilita maior visibilidade e crescimento a qualquer custo. Assim agem e garantem que o fazem em nome de Jesus.
Não observam o que diz ou como agiu o Senhor, preferem a simpatia da permissividade à defesa da sã doutrina. Rasgam as Escrituras e vilipendiam os exemplos do Senhor, colocando seus ideais de conquista e conforto acima da verdade.
Tenho lido e visto esse quadro prosperar em todas as direções: ao vivo nas igrejas, em blogs, comentários, textos livres, programas de televisão, nas confraternizações etc. Olhando em nosso derredor percebemos quão profundas estão fincadas as raízes do ecumenismo e apostasia na mente evangélica!
Com loquacidade – sedução e mentira – recriminam o cristianismo para criar algo novo que lhes permita uma forma mais “popular e humana” de chegar ao mundo, proclamar e resgatar a verdadeira a liberdade e o amor que “só Cristo tem” – e que havia sido perdida.
A exemplo, uma igreja de orientação calvinista – tradicional – convidou um arminiano para conduzi-la. Decorridos alguns anos, houve divisão, não pela heresia pastoral, mas por questão de simpatias e antipatias. Essa é a ética dominante, o bem estar e equilíbrio dos relacionamentos. Há um crescente viés social impulsionando a ética do presente cristianismo, nele a verdade e o combate ao erro não são aceitos.
Qual o padrão bíblico para combater o erro? Parece não haver, pelo fato de causar tanto arrepio e restrição quando são citados modelos e e textos das Escrituras.
Seguem alguns exemplos simples em que o Senhor escreveu para nosso ensino.
O apóstolo Paulo, não apenas uma vez, confrontou Himeneu por sua rejeição a sã doutrina e desvio da verdade. Cita ainda, Fileto e Alexandre. Abertamente registrou para eternidade seus nomes e motivos de serem citados. Teria sido o Apóstolo antiético?
Paulo confrontou Pedro face a face (Gl 2.11ss) por sua incoerência em simular uma santidade religiosa contrária às Escrituras. Teria sido Paulo antiético?
Em outra passagem (Mt 16.22ss) Jesus alude a Pedro o comportamento de satanás. Teria sido Jesus antiético?
Em outro momento Jesus chamou aos judeus de filhos do diabo (Jo 8.44). Teria sido Jesus antiético?
Jesus afirma que os saduceus eram ignorantes quanto ao conhecimento das Escrituras e poder de Deus (Mt 22:29). Teria sido Jesus antiético?
A pregação do Evangelho expõe e nomina o pecado e faz advertências sobre o resultado de condutas e escolhas dos homens. Seria o evangelho antiético?
Na ética corrente o erro doutrinário não é tido como pecado. Ela permite que qualquer um pode seguir a própria direção, adotando-a como verdade, sem que isso se constitua pecado. A atual ética assim o permite e garante que todos devem aceitar a todos.
A ética sugerida – e desejada – não tem compromisso com a verdade, nem com o Senhor. Ela provém do coração dos homens a cata de adesões, unidade e simpatias. Seu fundamento é social e ecumênico e sua glória é para satanás.
Que Deus resgate aqueles que ainda estão em dúvidas.
A Ele honra, glória e louvor.