Tive a necessidade de pesquisar a respeito do que a Palavra do Senhor quer dizer com os termos concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Minha busca visava inicialmente apenas o termo “soberba da vida”. Contrariamente ao que pensava, não encontrei bons textos, algo claro e resumido. Esta foi a motivação para escrever este.
Como as “concupiscências” uniram-se inseparavelmente à soberba da vida. Vamos primeiro às “concupiscências”. A ideia do termo é de desejo ardente, algo arrebatador.
Os termos se encontram em Primeira João 2.15-17. Diz assim: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo”.
Claramente, João se utilizou do termo para qualificar os desejos que se opõem a Deus. Fala que sua origem é terrena, que não procede de Deus, afirmando serem estas disposições que fazem sentido neste mundo. As atrações promovidas e em benefício ao que nossos olhos capturam, e ainda, aquilo que nossa carne deseja. Lembremos que tais inclinações promovem e levam em direção ao pecado.
Entretanto, estas mesmas concupiscências, estes mesmos desejos estão no texto de Paulo. Em Filipenses 1.23, que diz: Mas de ambos [os lados] estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. A concupiscência de Paulo é seu desejo de partir para estar com Cristo. Desejos que operam em direção à vontade de Deus. Assim, somos tomados por desejos, que em sua finalidade determina-se sua licitude. Portanto, desejar ardentemente é parte da vida humana, as disposições da alma definirão se pecados, ou não.
Mas, agora chegamos à soberba da vida. João a empregou, e o contexto garante, como uma disposição terrena, contrária a Deus. Considerá-la apenas como soberba, sem dar importância ao termo “da vida”, que lhe completa e dá sentido, nega a intenção do autor.
Portanto, João ao usar o termo “soberba da vida”, aponta para a necessidade de reconhecimento, de fama, não obrigatoriamente ou unicamente a soberba em oposição à humildade. João antecipou-se, qualificando aos muitos que anelam o reconhecimento e fama. Os que se utilizam das redes sociais, dos canais em busca de autopromoção, e reconhecimento como meio de vida. A busca por laike, e seguidores é a expressão mais legitima da soberba da vida.
Os pretensos humildes podem estar caindo na proposta de satanás aceitando os reinos do mundo. Não percebem, mas são lados de uma mesma moeda, onde um lado está a soberba da vida, e, do outro, a adoração ao diabo.
E chamando [a si] a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se [a si] mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. (Mc 8:34)
Quem tiver ouvido para ouvir ouça.