Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia. (Mt 23:27)
Como é característica desses últimos dias, novos jargões precisam surgir para manter vivo o homem, portanto, a necessidade de renovação e relativização. Sempre surgem novas palavras, ouve-se pela mídia, chega à informalidade e, faz-se “absolutamente necessária”e depois é substituída pela próxima novidade.
Há um termo que tem surgido com a empáfia devida: Minimalismo ou minimalista, essa palavra tem tomado conta de todos.
O minimalismo – que vem de mínimo – encerra a ideia do “mínimo ser o adequado ou melhor”. Afirmam que garante a “sensatez” do abandono ao desnecessário, ao excedente. “Excedente ou desnecessário” é tudo aquilo que poderia quebrar a harmonia ou a naturalidade do objeto em questão. Em síntese, quanto mais natural melhor, mais livre de pesos ou ruídos. Logicamente, haverá preferências e visões, “minimalizando a escolha”.
Para entendimento, tomemos por exemplo a tecnologia do mundo dos tênis para corrida. Nesse mundo chegaram os tênis minimalistas; segundo seus fabricantes, proporcionam aos pés, mesmos que calçados, a “sensação” de estarem descalços. Encontraram, segundo eles, a forma de excluir o desnecessário, assim atletas, possam mesmo calçados, sentirem-se descalços. É isso que o minimalismo propõe.
O risco que há, não no conceito, mas sim em sua aplicação, pois pressupõe que tudo que existe é passível ceder à melhorias, perder gordura. Chega-se que em nada há harmonia plena, nada está pronto, tudo precisa ser revisto. A ênfase relativista subjaz nas demandas minimalistas.
Essa proposta de aparência mínima com sensação máxima – minimalista – é o que tem caracterizado o cristianismo de nosso tempo.
Assim, a tese minimalista, consciente ou não, chegou aos nossos rincões.
Teria o Cristianismo “os desnecessários” a serem retirados? O que observamos como “cristianismo”, prova que sim!
O que acontece ao nosso derredor, senão que os senhores possuidores das almas evangélicas agem como se fossem o Senhor. Retiraram do Cristianismo Bíblico aquilo que definiram como desnecessário – A GORDURA – para oferecerem o maior sentimento de liberdade possível. O mínimo de “cristianismo”, com o máximo de liberdade.
A sensação de liberdade desejada pela multidão ímpia foi atendida pelo cristianismo minimalista, e muitos que já experimentaram gostaram, e criaram seus guetos minimalistas.
Os valores morais que caracterizavam a vida cristã foram “enxugados”, postos de lado. A honestidade, a sobriedade, a verdade foram excluídas da vida pessoal e congregacional.
Para “garantir” o máximo de liberdade exclui-se o pecado: adulterar, esconder dinheiro em Bíblias, vincular-se a corruptos (política partidária), fornicar, envolver-se escândalos financeiros. O minimalismo trouxe isso que observamos e que encontramos nos lupanares espirituais ou templos evangélicos.
As doutrinas centrais do Cristianismo, também desnecessárias, foram lançadas para longe dos púlpitos e seminários. É pecado ensinar e crer na eleição, na soberania de Deus, na separação eclesiástica, na santificação, no arrependimento, no perdão.
Os púlpitos, comandados por minimalistas (caios, malafaias, soares, macedos, hernandez, valdomiros, valadões e outros tantos) servem de cenário para difundir a autoajuda, arrecadar fortunas, curar fraudulosamente e comunicar sua teologia de botequins… e muita música.
Tudo é definido e executado para oferecer aos ouvintes a liberdade de crer em um “jesus cristo mínimo”. Sim, era demasiado e inoportuno o Jesus Senhor; Jesus justo, enviando para terror eterno os impenitentes; Justificador, morrendo e ressuscitando para salvar eternamente o pecador.
O cristianismo minimalista modernizou a Jesus, o proclama como uma vítima dependente das orações dos “fieis” para, dessa forma, realizar a vontade nada minimalista. Um necessitado da boa vontade do coração ímpio para convertê-lo, e o pior, um Cristo liberal para que todos permanecem em seus pecados de outrora. Um Jesus copartícipe dos pecados desta geração.
Mas, bem sei que o meu Senhor virá com seus santos anjos e resgatará seu nome, o verdadeiro cristianismo, sem mercadores, sem fraudes, sem falácias, sem caios, malafaias, soares, macedos, hernandez, valdomiros, valadões e outros tantos.
Que o Senhor seja bondoso conosco… e com eles também.